(ANSA) - O Ministério Público de Agrigento, no sul da Itália, abriu um inquérito sobre o naufrágio que matou seis pessoas no Mediterrâneo Central na última quarta-feira (11), incluindo um bebê de seis meses.
A investigação foi anunciada neste sábado (14) e vai apurar possíveis crimes de naufrágio e favorecimento da imigração clandestina, mas também eventuais demoras no resgate dos migrantes.
O barco levava cerca de 100 deslocados internacionais e naufragou em águas territoriais da Líbia, país que vive uma longa guerra de milícias e cuja Guarda Costeira, treinada e equipada pela Itália, é acusada de violar direitos humanos de migrantes.
O resgate foi feito pela ONG espanhola ProActiva Open Arms, mas seis pessoas morreram afogadas, incluindo o pequeno Ysuf Ali Kanneh, de nacionalidade guineana, porém nascido na Líbia. O bebê chegou a receber atendimento médico, mas não resistiu e faleceu.
A Open Arms divulgou na última quinta (12) um vídeo que mostra o desespero da mãe, que tem 17 anos, ao ver seu filho afogado no mar. O corpo do menino foi sepultado neste sábado, no cemitério de Lampedusa, ilha italiana para onde a jovem foi levada.
Seu caixão branco foi enterrado em uma área onde já estão sepultados diversos corpos de migrantes sem nome, vítimas das viagens da morte no Mediterrâneo.
Desde o início do ano, 31.214 pessoas concluíram a travessia entre o norte da África e o sul da Itália, crescimento de cerca de 200% na comparação com o mesmo período de 2019, segundo o Ministério do Interior.
A maioria delas é proveniente da Tunísia (12.430) e de Bangladesh (3.712). De acordo com o projeto Missing Migrants, da Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo menos 596 indivíduos já morreram tentando concluir a travessia do Mediterrâneo Central em 2020. (ANSA)
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