O comandante do Exército brasileiro, general Tomás Paiva, rejeitou a possibilidade de um golpe de estado após as revelações feitas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sobre um plano golpista discutido em novembro de 2022 com a cúpula das Forças Armadas.
"A inexistência do golpe é um dever, não existe essa possibilidade constitucional. Isso tem que ser tratado como coisa inexequível. A gente tem que caminhar para que isso não seja parte de qualquer possibilidade", afirmou o general Paiva na noite desta quinta-feira (21) em entrevista à CNN Brasil.
"Não houve golpe contra o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva porque era nossa obrigação garantir a transição. O que o Exército fez foi fazer cumprir a lei", reforçou Paiva.
Na quinta (21), o jornal O Globo informou que Mauro Cid declarou à Polícia Federal (PF) que, após a derrota nas eleições de outubro, Bolsonaro se reuniu com os chefes das Forças Armadas e vários ministros militares para discutir um possível golpe.
As declarações foram feitas no âmbito do acordo de delação premiada assinado entre o militar e a PF.
Segundo Cid, a Marinha teria apoiado a proposta de Bolsonaro, que porém não teve respaldo do então chefe do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes.
Segundo o general Paiva, o Exército sempre rejeitou um eventual golpe: "Em nenhum momento a gente raciocinou fazer qualquer tipo de coisa, e quem expressou sempre isso após a eleição foi o comandante Freire Gomes".
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