(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o líder da Câmara, Arthur Lira (PP), acordaram uma trégua após uma hora e meia de reunião em meio à tensão política causada pelos vetos presidenciais às emendas parlamentares e suspeitas de irregularidades em um programa de ajuda econômica ao setor de eventos.
"O governo tem diálogo, o governo nunca rompeu qualquer diálogo e nunca romperá, não existe qualquer tipo de clima que gere tensão", afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, na tarde desta sexta-feira (9).
Ele destacou os feitos da "dupla governo-Congresso" em 2023, quando vários projetos de lei propostos pelo Executivo foram aprovados.
O ministro falou com a imprensa após a conversa entre Lula e Lira no Palácio da Alvorada.
Paralelamente, fontes ligadas a Lira disseram que a conversa foi positiva, e a partir de agora o jogo está "zerado" graças à promessa de mais diálogo feita pelo Planalto.
Lula demonstrou interesse em falar com Lira antes de sua viagem para o Egito e a Etiópia, na semana que vem, depois de o poderoso chefe da Câmara ter criticado o Planalto durante o discurso de abertura do ano legislativo, na segunda-feira (5), ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).
"A boa política, como sabemos, apoia-se em um pilar especial: o respeito aos acordos. O orçamento pertence a todos, não subestimem esta casa", advertiu Lira na ocasião, rejeitando os vetos de Lula de emendas no valor de R$ 5 bilhões para congressistas.
Lira também defendeu o Programa Nacional de Retomada do Setor de Eventos (Perse) na segunda-feira. Porém, na quarta-feira (7), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou haver "indícios de irregularidades" bilionárias na iniciativa, que serão investigadas pela Receita Federal.
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