Por Laurence Figà-Talamanca - "Enquanto as guerras explodem no mundo", a cultura pode ser uma chave para o "diálogo e a paz". Em um dia difícil, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, em constante contato com os parceiros e a Farnesina para acompanhar a situação em Israel, reuniu os Estados Gerais da diplomacia cultural em Florença, com o objetivo de dar um novo impulso a uma estratégia ativa do Sistema País: o seu imenso patrimônio histórico, artístico e cultural.
"No mundo há uma grande vontade de Itália e de conhecer o nosso patrimônio: uma oportunidade para promover o interesse nacional, com o turismo e as exportações, e de contar mais. É por isso que pretendo aumentar o número de institutos culturais italianos, o número de escolas italianas e de cursos de língua italiana nas universidades de todo o mundo", anunciou o ministro aos 86 diretores dos institutos culturais italianos reunidos no Palazzo Vecchio, convencido de que, "tal como as embaixadas, podem ser trampolins para a internacionalização dos nossos negócios e incentivar as exportações".
Não faltam iniciativas. Tajani divulgou que "Dante Alighieri", de Pupi Avati, será exibido em todos os institutos culturais. E, em uma mensagem de vídeo, o cineasta - que estará em Tóquio para a ocasião - pediu aos diretores e diretoras que sejam seus "cúmplices na promoção" do seu filhe, exortando-os a ter "a confiança, a ambição, a coragem, a ousadia que a cultura italiana merece".
As palavras do mestre foram também retomadas pela ministra do Turismo, Daniela Santanchè, que nos convidou a ter "essa mesma ambição e falta de escrúpulos" em ajudar a atrair cada vez mais turistas para Itália, que caiu para o quarto lugar no turismo internacional.
"Precisamos de vocês para promover a nossa nação no mundo, temos todos os ingredientes: se a partir de amanhã soubermos trabalhar em equipe, seremos incomparáveis e levaremos a Itália de volta ao primeiro degrau do pódio", acrescentou ela.
"Trabalhar em rede, trabalhar em sinergia com outros eventos da administração pública na região e na Itália" é também a mensagem que Alessandro de Pedys, diretor geral de Diplomacia Pública e Cultural, quis transmitir.
Também para recuperar recursos que atualmente são "inadequados", a ministra da Universidade e da Investigação, Anna Maria Bernini, lembrou, por exemplo, que atribuiu "50 milhões de euros de agradecimento ao ministério das Relações Exteriores para uma parceria conjunta entre universidades, especialmente em algumas partes do mundo onde é muito mais fácil falar sobre ensino superior, cultura, arte ou talvez todas estas três coisas juntas, do que de qualquer outra forma".
"Mas devemos também propor uma oferta diferente para públicos diferentes, para mostrar uma herança que vai da antiguidade ao contemporâneo, uma criatividade que não parou no Renascimento, mas foi em frente e ainda vai em frente", sugeriu De Pedys.
Segundo ele, "não só a Ópera - para a qual a Itália aguarda o reconhecimento pela Unesco como patrimônio imaterial da humanidade - mas também mais espaço para os jovens e novas formas de arte.
Na verdade, há Diodato que está lotado em Pequim, os jovens que pedem ao escritório de Londres para aprender a língua não de Dante, mas de Damiano de Maneskin e que, também através da banda, serão expostos a um universo de beleza, cultura, história.
Os Estados Gerais da diplomacia cultural continuam nesta terça-feira (10) com uma discussão entre os dirigentes sobre os resultados alcançados no último ano e sobre o planejamento para o futuro.
Já na quarta-feira (11), será lançada a nova edição da Semana da Língua Italiana no Mundo: "Precisamente neste Palácio cujo chão foi provavelmente pisoteado por ninguém mais do que aquele que contribuiu para o grandeza da língua italiana, Dante Alighieri", recordou o prefeito de Florença, Dario Nardella.
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