A província de Brescia, no norte da Itália, é um ponto de referência para visitar três sugestivos lagos do país: Garda, Iseo e Idro.
Pérola lombarda por sua riqueza histórica, ela é de fácil acesso ao se situar entre Milão e Veneza.
Dali é possível curtir facilmente "o trio", que com suas propostas diversas, justificam a paixão que este pedaço da Itália - compartilhado também por três regiões, Lombardia, Vêneto e Trentino-Alto Ádige - gera em quem o visita.
Lago de Garda
É o maior lago italiano, estendendo-se por uma área de 370 km², que abrange as três regiões citadas.
Cercado pelos Alpes, a tonalidade azul-esverdeada de suas águas lembra o mar.
Por tamanha beleza, o local atraiu, a partir da segunda metade do século 18, diversos poetas, escritores e artistas, que provavelmente tiveram a inspiração elevada com as paisagens magníficas do lago, que se tornam ainda mais encantadoras com os jardins de oliveiras à beira das praias ou com o amarelo dos limões ainda nos pés. A parte alta do lago é o único ponto do norte da Itália onde é possível cultivar limões, sendo que a bela Limone Sul Garda faz jus a seu nome.
Os escritores James Joyce e Franz Kafka, além do ator contemporâneo Leonardo Di Caprio, estiveram na região, ainda que a presença ilustre mais marcante tenha sido a do grande poeta Gabriele D'Annunzio, que trocou o sul da Itália para passar os últimos 17 anos de sua vida no Vittoriale degli Italiani, uma mansão extraordinária na cidade de Gardone Riviera. Do alto da residência, que hoje é um dos museus mais visitados da Itália, se avistam as águas doces do lago.
Em termos históricos, Sirmione Sul Garda, com sua imponente fortaleza que adentra as águas do lago, é uma das maiores atrações da região. Construído em meados do século 14, o Castelo Scaligero é uma das fortificações medievais mais bem preservadas do país.
Outra referência é a cidade de Salò, que chegou a ser declarada uma "república" durante a última fase do fascismo italiano, nos anos 1940. O Museu de Salò resgata a contribuição local para a história da Itália.
Lago de Iseo

Ainda que cada pedacinho do Belpaese proporcione o cultivo de vinhos e espumantes únicos, uma das rotas mais famosas do mundo no setor são os vinhedos de Franciacorta, que abraçam as colinas deste lago incrível e 100% lombardo.
Mesmo que seja bem menor do que o Garda, seus 65 km² de área não decepcionam. Até porque, o Lago de Iseo abriga uma ilha em meio às suas águas, o Monte Isola, eleito um dos lugares mais bonitos da Itália, além de ser a maior ilha lacustre habitada da Europa.
Seus 12 vilarejos se dividem entrem as colinas e as praias do lago, onde os barcos de madeira que atravessam o Iseo fazem parte da paisagem. Os protagonistas locais são a Rocca Martinengo, um castelo da Baixa Idade Média, e o Santuário della Madonna della Ceriola, cuja origem remonta ao longínquo século 5.
Siviano, uma das principais cidades do Monte Isola, conserva traços do período medieval, enquanto a pequenina Carzano é muito apreciada pela relação entre o vilarejo e as águas do lago. Já Peschiera Maraglio reúne boas opções de bares, restaurantes e lojas.
Lago de Idro

O menor dos três lagos, com apenas 10,9 km², divide-se entre as regiões da Lombardia e do Trentino-Alto Ádige. Por outro lado, é o que está na maior altitude, a 368 metros acima do nível do mar. Rodeado por montanhas, o Idro é de longe o lago preferido dos esportistas pelas oportunidades que oferece em windsurfe, kitesurfe, wing foil, vela ou ciclismo.
Contemplar o Lago de Idro do alto do Monte Censo é obrigatório para quem quer gravar para sempre na memória uma das paisagens verdes mais cativantes do norte da Itália.
Já visitar a Rocca d'Anfo permite conhecer a maior fortaleza napoleônica do país, que domina a parte alta do Idro. Única no seu gênero, a Rocca d'Anfo está dividida em um conjunto de fortificações que, ao longo do tempo, se estendeu até conquistar 50 hectares de montanha, em um desnível que varia entre 371 e mil metros. Seus dois núcleos principais são a fortaleza veneziana, a mais antiga, ao sul, e a napoleônica, ao norte.
A zona de Borgo Chiese, no Trentino-Alto Ádige, é um museu a céu aberto de tradições populares, com forjas e moinhos ainda em funcionamento, instalações de lenhadores e carvoeiros, além de trincheiras da Primeira Guerra Mundial.
Neste museu em pleno Lago de Idro, as paredes são antigas florestas de faias e pinheiros, o teto é o céu e as áreas de descanso são bancos de madeira com vistas esplêndidas.
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