(ANSA) - "Leave the gun, take the cannoli" ("Deixe a arma, pegue o cannoli") é uma das frases mais famosas do cinema, consagrada por Peter Clemenza em "O Poderoso Chefão", e faz referência a um dos doces mais tradicionais da Itália, que ganhou fãs em todo o mundo.
Cannolo (no singular) e Cannoli (no plural) significa "pequeno tubo" e é o nome dado à sobremesa italiana de massa doce frita em formato de tubo, que pode ser recheado com um creme a base de queijo ricota ou mascarpone, baunilha, chocolate, pistache, frutas cristalizadas, vinho Marsala e limão siciliano .
Originário de Palermo, no sul da Sicília, os cannoli são bem populares na cozinha italiana e costumavam ser preparado na época festiva do carnaval. Hoje, porém, pode ser encontrado durante todo o ano. No Brasil, a receita chegou com a imigração italiana, mas sofreu adaptações devido à falta de ingredientes originais. "Os cannoli foram "abrasileirados", disse à ANSA o cannoleiro Alexandre Leggieri, que vende o doce no bairro do Bixiga, em São Paulo.
"Eu, por exemplo, mudei um pouco a receita da minha nonna e coloquei alguns ingredientes não tão típicos na Itália, como o doce de leite, o creme de amendoim", contou.
Por ser de tradição caseira, cada família na Itália costuma adaptar os recheios, que variam de região para região. "Mas o importante é fazer a massa no dia anterior, manter a crocância e a cremosidade", explicou Luis Vilela, chef confeiteiro da Venchi.
Filho de italianos, o ambulante Antônio Garcia vende cannoli nos intervalos das partidas de futebol do Clube Atlético Juventus, na Rua Javari, na Mooca. "Esse doce é uma tradição de 42 anos aqui no bairro. O primeiro cannoli que fiz foi um canudinho de massa folhada recheado com creme e chocolate", disse Garcia em entrevista à ANSA.
Um dos orgulhos culinários da Sicília, os cannoli chegaram ao Brasil, tiveram as receitas modificadas, mas não perderam a essência. De acordo com o chef italiano Sauro Scarabotta, o doce "não perde a identidade italiana, mas deixa entrar a brasilidade".
A ANSA separou os principais lugares para saborear o tradicional doce em São Paulo, cidade considerada a maior em número de italianos fora do país europeu.
•Cannoleria do Alexandre Leggieri: Praça Dom Orione, na feira de antiguidades do Bixiga;
•Flávio Federico Dolci: Alameda dos Arapanês, 540, em Moema;
•Restaurante Taormina : Alameda Itu, 251, no Jardins;
•Cannoli do Sr Antônio: R. Javari, 117, na Mooca, em dias de jogos do Juventus;
•Mangiare Gastronomia: Av. Imperatriz Leopoldina, 681, na Vila Leopoldina.
Caso queira preparar em casa, é só seguir passo a passo a receita do chef Alexandre Leggieri:
Massa:
300g de farinha
1 xícara (chá) pequena de açúcar
2 colheres (sopa) de manteiga
1 ovo
1 gema
1 clara (reservar para fechar o tubo)
2 colheres (chá) de chocolate em pó
1 colher (café) cheia de canela em pó
10ml de cachaça
50ml de vinho licoroso branco
Baunilha a gosto
1 colher (chá) de flor de água de flor de laranjeira
Creme de ricota:
450g de ricota fresca
1 xícara (chá) de açúcar
1 colher (sopa) de baunilha
½ colher (sopa) de água de flor de laranjeira
150g de frutas cristalizadas
Montagem:
Pistache triturado /cereja a gosto (para enfeitar)
Modo de preparo:
Massa: Misture todos os ingredientes em temperatura ambiente. Sove tudo por no mínimo dez minutos até a massa ficar lisa e homogênea.
Abra a massa com um rolo de macarrão numa espessura fina e corte com um aro e enrole em tubos de alumínio untado.
Frite em óleo quente e deixe secar em uma peneira de aço. Não coloque papel toalha, pois os tubinhos irão encharcar.
Creme de ricota:
Escorra o soro da ricota, lave e processe com todos os ingredientes (menos as frutas cristalizadas), ate ficar lisa, cremosa e homogênea. Acrescente as frutas cristalizadas e leve à geladeira por cerca de dez minutos.
Montagem:
Para montar, recheie os tubos com o creme e decore com a cereja cortada ao meio numa das extremidades e com o pistache triturado na outra. Polvilhe com açúcar confeiteiro e sirva. Rende cerca de 30 canudinhos. (ANSA)
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