(ANSA) - Um dia após prometer ao mundo que dobraria o orçamento para fiscalização contra o desmatamento ilegal, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o Orçamento para 2021 com o veto de repasses de R$ 240 milhões ao Ministério do Meio Ambiente.
Os cortes vão afetar inclusive o Ibama (R$ 19,4 milhões) e o ICMBio (R$ 7 milhões) - os dois principais órgãos de fiscalização e proteção ambiental do governo federal -, além de ações de prevenção e controle de incêndios florestais (R$ 6 milhões).
A maior parte do montante vetado, cerca de R$ 203 milhões, dizia respeito a ações de melhoria da qualidade ambiental em áreas urbanas. Na última quinta-feira (22), na cúpula climática promovida pelo presidente dos EUA, Joe Biden, Bolsonaro havia dito que "duplicaria" a verba para fiscalização contra o desmatamento.
O orçamento do Ministério do Meio Ambiente já vem sendo reduzido paulatinamente nos últimos anos, bem como os repasses para o Ibama e ICMBio. Devido ao teto de gastos, o governo terá de cortar despesas de outros setores para aumentar os repasses para ações de fiscalização neste ano.
Em seu perfil no Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ter pedido ao ministro da Economia, Paulo Guedes, uma suplementação orçamentária de R$ 270 milhões, sendo R$ 72 milhões para o ICMBio e R$ 198 milhões para o Ibama.
Formalizamos a recomposição do orçamento e a duplicação da verba da fiscalização conforme determinado pelo PR @jairbolsonaro e já de acordo com nosso PG. pic.twitter.com/nwL8eu4wPb
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) April 24, 2021
Também no Twitter, a ativista sueca Greta Thunberg ironizou o corte no orçamento ambiental promovido pela gestão Bolsonaro. "Ops, é quase como se nossos 'líderes climáticos' não estivessem levando isso a sério", escreveu.
"Bolsonaro has approved a 24% cut to the environment budget for 2021 from the previous year’s level, just one day after vowing to increase spending to fight deforestation."
— Greta Thunberg (@GretaThunberg) April 24, 2021
Oops... it's almost as if our "climate leaders" aren't taking this seriously.https://t.co/AvIRRyBJqu
A promessa do presidente de dobrar os recursos com fiscalização está ligada ao compromisso assumido apenas nos últimos dias de zerar o desmatamento ilegal até 2030, meta que já havia sido estabelecida por Dilma Rousseff na assinatura do Acordo de Paris, em 2015. (ANSA)
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