(ANSA) - A justiça italiana decidiu nesta quarta-feira (19) encerrar o processo contra a capitã alemã Carola Rackete, acusada de entrar no porto de Lampedusa sem autorização, em 2019, com um navio da ONG Sea Watch com 42 migrantes a bordo, ignorando a proibição imposta pelo então ministro do Interior Matteo Salvini.
A decisão foi tomada pela juíza de investigações preliminares (GIP) de Agrigento, Alessandra Vella, coincidindo com a posição do Ministério Público. Ambos alegam que a comandante agiu por "necessidade" pois tinha o "dever de levar os imigrantes para um porto seguro", já que não podia mais garantir a segurança a bordo das pessoas resgatadas 17 dias antes.
O caso ocorreu em junho de 2019, quando Rackete forçou a entrada da embarcação, pertencente à ONG alemã Sea Watch, no porto de Lampedusa, ilha italiana situada no Mediterrâneo Central. Ao atracar, o navio se chocou contra um barco da Guarda de Finanças e provocou a fúria de Salvini, que havia impedido o desembarque.
A alemã chegou a ficar em prisão domiciliar entre 29 de junho e 2 de julho, quando um juiz da província de Agrigento determinou sua soltura. Rackete se tornou símbolo da oposição à rígida política migratória de Salvini e ganhou até um mural em sua homenagem na Itália.
Hoje, a organização Sea Watch celebrou a decisão porque "mostra que salvar vidas não pode ser crime", apesar de os direitos humanos ainda serem "negligenciados".
"Quem resgata pessoas no mar não pode ser criminalizado. Quem a acusou e ofendeu nos últimos meses deve se desculpar hoje, começando por Matteo Salvini e Giorgia Meloni", ressaltou Matteo Orfini, parlamentar do Partido Democrático (PD). (ANSA).
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