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Do racismo à anorexia, as provocações de Oliviero Toscani

Do racismo à anorexia, as provocações de Oliviero Toscani

Fotógrafo também abordou temas como migração e pena de morte

ROMA, 13 de janeiro de 2025, 14:33

Redação ANSA

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Oliviero Toscani diante de uma de suas campanhas mais famosas - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Oliviero Toscani diante de uma de suas campanhas mais famosas - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Em seis décadas de carreira, o fotógrafo italiano Oliviero Toscani, morto nesta segunda-feira, aos 82 anos, abordou temas como racismo, religião, sexo, fome, pena de morte, guerra, anorexia e violência. As fotografias, usadas como armas de denúncia, sempre foram mais fortes que qualquer slogan.
    Entre os exemplos estão as peças "Beijo entre um padre e uma freira", de 1999, "Três corações - branco/preto/amarelo", de 1996, e "Sem anorexia", de 2007, com a modelo Isabelle Caro, que pesava 31 quilos e morreu alguns anos depois, além de ações para o mundo da moda, como o famoso close do bumbum de Donna Jordan com os dizeres "Quem me ama me segue", para a campanha da Jesus Jeans em 1973, que rendeu o primeiro grande escândalo do fotógrafo, mas também a fama internacional.
    Toscani assinou trabalhos que geraram debates e críticas por sua aspereza e inconformismo. Depois de atuar com revistas como Vogue, L'uomo e Harper's Bazaar, iniciou em 1982 uma colaboração com a Benetton que marcaria sua carreira para sempre, cooperando com a empresa até 2000 e depois de 2018 até o início de 2020.
    Para a Benetton, Toscani fez, entre outros trabalhos, a campanha "Anjo-Diabo", de 1992 e que tem como protagonistas dois meninos se abraçando: um branco e loiro e outro negro com um penteado que simula dois chifres.

Ação contra anorexia provocou choque em 2007

 
    O fotógrafo brincou repetidamente com o contraste entre preto e branco, uma referência ao tema do racismo, que também aparece na peça "Três corações", na qual o órgão é colocado sob as palavras "branco", "preto" e "amarelo" para mostrar que todos são iguais, independentemente da cor da pele.
    Em 2018, Toscani alimentou o debate sobre a crise migratória na Itália ao utilizar em um anúncio da Benetton imagens de migrantes e refugiados resgatados no Mediterrâneo. Na ocasião, o então ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, chegou a propor um boicote à marca.
    Anteriormente, uma série de fotografias tiradas para a Benetton e que mostravam condenados à morte nos Estados Unidos já tinha provocado escândalo, e Toscani foi acusado pelo estado do Missouri de fraude por ter fotografado os detentos sem revelar o propósito.
    Para a revista semanal Donna Moderna, o fotógrafo criou uma campanha contra a violência de gênero apresentando um menino e uma menina nus ao lado das palavras "carrasco" e "vítima".
    O estilo pouco convencional de suas fotografias está ligado a uma anedota curiosa: em 1965, Toscani foi chamado pela Vogue para fazer um retrato de Carmelo Bene, que chegou ao estúdio encharcado por uma tempestade e ficou diante da câmera com o paletó torto e a braguilha da calça quase aberta. Uma imagem capturada pelo fotógrafo como símbolo de uma beleza alternativa e não convencional.
   

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