O Tribunal Constitucional da Geórgia rejeitou nesta terça-feira (3) um recurso apresentado pela presidente do país, Salome Zourabichvilli, e 30 parlamentares da oposição para declarar os resultados das eleições de 26 de outubro inconstitucionais devido a supostas manipulações e violações durante o pleito.
As eleições na Geórgia foram vencidas pelo partido governista Sonho Georgiano, acusado de proximidade com a Rússia. A oposição, no entanto, cuja proposta é acelerar a integração do país com a União Europeia, denunciou que a votação foi marcada por irregularidades e passou a exigir um novo pleito.
Inclusive, Zourabichvili disse que se recusaria a entregar o mandato no fim do ano, enquanto novas eleições legislativas não fossem realizadas, porque o partido Sonho Georgiano "roubou" a votação com um sistema de fraude inspirado em Moscou.
A crise política provocou uma série de manifestações e ações judiciais movidas pela atual presidente da Geórgia. No entanto, o plenário do tribunal decidiu contra as alegações e disse que a decisão é final e não poderá ser revisada ou apelada.
Em nota divulgada pela imprensa local, foi destacado que opiniões divergentes de dois juízes - Giorgi Kverenchkhiladze e Teimuraz Tugushi - levantaram preocupações sobre a acessibilidade dos eleitores no exterior. Tugushi destacou até questões em torno do sigilo do voto.
Nesta semana, o primeiro-ministro georgiano, Irakli Kobakhidze, já havia acusado Zourabichvili de "cometer um crime direto" ao pressionar os juízes" do Tribunal sobre seu processo eleitoral.
O comentário foi feito depois que ela pediu "todos os esforços" para agendar a sessão do tribunal, destacando a importância de uma "decisão positiva".
Nas últimas 24 horas, os confrontos pelas ruas da Geórgia provocaram 26 feridos, a maioria manifestantes, segundo o Ministério da Saúde do país, que foi abalado por protestos pró-europeus. Kobakhidze acusou grupos de oposição de terem "orquestrado a violência".
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