(ANSA) - Em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas nesta quinta-feira, dia 1, o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a atacar o acordo nuclear assinado com Irã, pediu um pacto com a Palestina e disse que a ONU precisa parar de vilipendiar seu país.
Apesar de Teerã negar que esteja projetando armas nucleares, Netanyahu voltou a dizer que o país ameaça Israel. Segundo ele, o governo do Irã quer convencer o mundo a remover as sanções enquanto continua trabalhando na construção de armamentos.
"Quando se alimenta o mau comportamento, a única coisa que acontece é que ele piora", declarou, acrescentando que "esse acordo trata o Irã como um país normal, mesmo sendo uma teocracia obscura. Se o Irã quer ser tratado como um país, terá que agir como um país normal".
Firmado em Viena, Áustria, após 22 meses de tratativas, o acordo prevê a eliminação progressiva das sanções impostas à economia iraniana nos últimos anos. Em troca, Teerã limitará suas atividades atômicas e permitirá a realização de controles periódicos da ONU em suas instalações. Além disso, o governo vai interromper o enriquecimento de urânio nas usinas de Natanz e Fordow.
No entanto, fica reservada à Teerã a possibilidade de recusar determinados pedidos de acesso. Já o embargo da ONU à venda de armas à nação persa continuará em vigor por cinco anos.
Netanyahu ficou calado por cerca de um minuto para ilustrar o silêncio que a comunidade internacional faz diante das ameaças a seu país. "Israel vai fazer o que for possível para defender seu Estado e seu povo".
"Esta é minha mensagem aos líderes do Irã, seu plano para destruir Israel falhará. Israel não permitirá qualquer força no mundo que ameace seu futuro. E esta é minha mensagem para todos nessa sala: qualquer resolução que vocês adotem nesse prédio, Israel fará o que tiver que fazer para defender seu Estado e seu povo."
EUA
Apesar de as relações entre Israel e Estados Unidos terem esfriado com o apoio de Washington ao acordo com Teerã.
Netanyahu reiterou que o maior parceiro que seu país jamais teve e jamais terá são os EUA. "Nossa aliança é inabalável".
"O presidente Obama e eu temos desacordos sobre o acordo nuclear, mas não discordamos que temos que trabalhar juntos para garantir a segurança futura dos nossos países", apontou.
Netanyahu concluiu comparando às desavenças a brigas de família.
Palestina
Outro ponto debatido por Netanyahu foi um acordo com a Palestina. O líder disse estar comprometido com a visão de dois Estados, mas destacou que os palestinos se recusam a dar ao conflito e ter paz com Israel.
"Os palestinos não devem se distanciar da paz. Presidente [Mahmoud] Abbas, sei que não é fácil, que é difícil, mas devemos tentar pelo nosso povo, porque juntos, se negociarmos de verdade e pararmos de negociar sobre as negociações. Reconhecemos uns aos outros, se fizermos isso de verdade, podemos atingir resultados maravilhosos para nossos povos". (ANSA)
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