(ANSA) - No que deve ser o último encontro formal do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a chanceler alemã, Angela Merkel, na Casa Branca, os dois líderes mostraram bastante proximidade e união, mas divergiram sobre as práticas que devem ser adotadas contra China e Rússia.
No que ambos concordaram, está a tomada de ações conjuntas contra as violações de direitos humanos que ocorrem no território chinês e sobre as agressões cometidas pela Rússia contra países vizinhos. Os dois ainda anunciaram um fórum bilateral Alemanha-EUA, que será formado por especialistas de diversas áreas.
No entanto, enquanto Merkel defendeu que devem existir parcerias com Pequim em temas estratégicos, como no comércio e na luta contra as mudanças climáticas, Biden pontuou que vê os chineses como "adversários".
"Nós discutimos sobre a China e há o entendimento mútuo de que eles, em muitas áreas, são competidores nossos. O comércio com a China precisa ser baseado em um campo de jogo igual, com as mesmas regras. Mas, lembro que a Alemanha é uma das maiores defensoras do acordo de investimentos entre a União Europeia e Pequim, que está travado há meses por disputas políticas no Parlamento Europeu", disse a líder alemã.
Já sobre a Rússia, o principal ponto de desacordo foi o gasoduto Nord Stream 2, que levará gás natural para o território alemão.
Merkel defendeu o uso do equipamento, que está praticamente pronto e que teve um investimento bilionário, mas Biden ressalta que tem temores sobre uma possível dependência dos europeus do gás russo.
Essa não é a primeira vez que ambos discordam sobre o tema, que foi debatido em reuniões internacionais, e que a posição de ambas as nações foram discordantes. No entanto, Biden e Merkel concordaram que a Rússia "não deve usar a energia como uma arma" para negociações.
Sobre o fim das restrições sanitárias contra a Covid-19 para os viajantes provenientes da Europa, o presidente norte-americano afirmou que seu governo "está avaliando a situação e estarei apto a responder sobre isso com precisão nos próximos dias".
EUA e Alemanha são grande aliados no cenário internacional, mas a relação ficou bastante abalada durante o governo do ex-presidente Donald Trump. Com Biden, o quarto presidente que Merkel lida enquanto está no poder, a relação é bastante amistosa.
Inclusive, antes de começar a responderem as perguntas dos jornalistas, o norte-americano fez uma homenagem à alemã, que deixará o poder em setembro após as eleições.
"Nós dois não somos apenas aliados e parceiros internacionais, mas somos amigos muito próximos. Eu vou sentir falta de encontrá-la nas reuniões. Muito obrigado, Angela, por sua amizade. Você fará falta", disse Biden. (ANSA).
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