(ANSA) - Começou nesta quarta-feira (8), em Paris, o julgamento de 20 réus por envolvimento nos atentados de 13 de novembro de 2015, que deixaram 130 mortos na capital francesa e na vizinha Saint-Denis.
Entre os acusados está o franco-marroquino Salah Abdeslam, único sobrevivente entre os autores materiais dos ataques e que está detido há cinco anos em uma penitenciária de segurança máxima na França.
O julgamento é descrito pela imprensa local como o maior na história moderna do país e deve durar pelo menos nove meses, envolvendo cerca de 330 advogados e 1,8 mil sobreviventes e parentes das vítimas.
"O mundo inteiro está olhando para nós", disse o ministro da Justiça da França, Éric Dupond-Moretti, à emissora BFMTV. Dos outros 19 réus no processo, 10 estão em prisão preventiva, enquanto três responderão em liberdade, todos eles acusados de dar suporte financeiro e logístico aos terroristas.
Seis pessoas ainda serão julgadas em contumácia, incluindo o jihadista Oussama Atar e os irmãos Fabien e Jean-Michel Clain, supostas "vozes" francesas da reivindicação dos atentados pelo Estado Islâmico. Os três são dados como mortos na Síria ou no Iraque.
O julgamento acontece em um auditório preparado especialmente para o processo no Palácio de Justiça de Paris. Ao chegar no tribunal, Abdeslam disse que "Alá é o único Deus e Maomé é seu mensageiro". O presidente da corte, Jean-Louis Périès, cortou a tentativa de proselitismo e respondeu: "Isso vamos ver depois".
Em seguida, Abdeslam confirmou sua identidade, mas se negou a dizer os nomes dos pais. "Os nomes de meu pai e minha mãe não têm nada a ver com isso", afirmou, acrescentando ter abandonado sua "profissão para se tornar um combatente do Estado Islâmico".
Relembre
A noite de terror em Paris começou pouco depois das 21h (horário local) de 13 de novembro, quando um kamikaze se explodiu nos arredores do Stade de France, em Saint-Denis, onde França e Alemanha disputavam um amistoso. O então presidente François Hollande estava no local e precisou ser evacuado.
Às 21h25, terroristas dispararam contra os restaurantes Le Carillon e Le Petit Cambodge, no 10º arrondissement. Quatro minutos depois, o alvo foi a pizzaria La Casa Nostra. Às 21h30, um segundo suicida atacou o café Events, perto do Stade de France. Às 21h38, disparos atingiram o 11º arrondissement, mais precisamente o restaurante La Belle Équipe. Em seguida, um suicida se explodiu no boulevard Voltaire.
Às 21h50, começou o assalto armado ao teatro Bataclan, onde acontecia um show do grupo americano Eagles of Death Metal. Três homens entraram abruptamente no local e começaram a disparar de forma indiscriminada contra o público. Cerca de 100 pessoas foram mantidas reféns durante mais de duas horas. Às 21h53, outro kamikaze entrou em ação perto do Stade de France, no café Coeur de Blé.
À 00h25, as forças especiais da polícia invadiram o Bataclan, fazendo com que os terroristas se suicidassem. Os atentados foram reivindicados pelo Estado Islâmico, como forma de resposta aos bombardeios franceses contra o grupo. Esse foi o pior ataque terrorista em solo francês desde a Segunda Guerra Mundial. (ANSA)
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