(ANSA) - O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) se reúne na tarde desta terça-feira (6) de urgência para discutir sobre a destruição parcial de uma barragem na Ucrânia, a qual acredita que provocará "enormes consequências".
"A gravidade deste episódio será compreensível nos próximos dias, mas já está claro que terá enormes consequências para milhares de pessoas", declarou o chefe de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, no início da reunião de emergência.
Griffiths ressaltou ainda que a comunidade internacional está "muito preocupada com o risco de contaminação das minas com o movimento da água". "A contaminação das minas afeta 30% do território ucraniano e o oblast de Kherson é um dos mais atingidos".
De acordo com o representante da ONU, "não ser capaz de levar ajuda a milhares de pessoas que precisam de assistência pode ser catastrófico".
Por sua vez, o vice-embaixador dos Estados Unidos na ONU, Robert A. Wood, enfatizou que "o que aconteceu hoje é mais uma "consequência trágica" da invasão russa à Ucrânia.
Para o diplomata norte-americano, a destruição da barragem provocou "inundações devastadoras que afetaram a vida e os meios de subsistência de dezenas de milhares de ucranianos ao longo do rio".
"Quero dizer claramente que foi a Rússia que iniciou esta guerra e ocupou esta zona da Ucrânia", afirmou Wood, lembrando que "os ataques deliberados a objetos civis são proibidos pelas leis da guerra".
A dinâmica exata do incidente ainda não é clara, mas a explosão abriu um enorme buraco na barragem de Kakhovka, no rio Dnipro, na província de Kherson, onde diversas ruas foram tomadas pela água.
A Ucrânia acusa a Rússia de ter explodido parte da barragem de propósito para impedir que suas tropas atravessem o rio Dnipro. No entanto, durante a reunião emergencial, o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, acusou o governo ucraniano de ser responsável pela explosão.
"A destruição da barragem de Kakhovka pelo regime de Kiev foi um crime impensável que pode ser identificado como um ato terrorista", disse Nebenzia.
O diplomata russo advertiu ainda "a comunidade internacional e os dirigentes da ONU sobre esta ameaça", reiterando que o regime de Kiev "com o encorajamento dos aliados ocidentais decidiu levar adiante o seu plano terrorista".
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