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Israel retoma ataques contra Gaza; ONU condena 'cerco total'

Israel retoma ataques contra Gaza; ONU condena 'cerco total'

Itália evacuou primeiras 200 pessoas que pediram repatriação

TEL AVIV, 10 outubro 2023, 14:36

Redação ANSA

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Israeli military tries to strengthen borders with Gaza as battle enters third day © ANSA/EPA

(ANSA) - As Forças Armadas de Israel lançaram nesta terça-feira (10) uma nova série de ataques em larga escala contra o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza, no quarto dia de um conflito que já deixou quase 2 mil mortos.

O Exército israelense promove uma estratégia de "cerco total" contra Gaza e prometeu encerrar o longo domínio do Hamas sobre o território. "Os últimos dias nos mostraram que não temos escolha: devemos pôr fim ao comando do Hamas em Gaza e às suas capacidades militares", disse o embaixador do país em Roma, Alon Bar.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse que Israel está indo em direção a “uma completa ofensiva”.

“Relaxamos todas as restrições, temos o controle da área e estamos indo em direção a uma ofensiva total. O Hamas quis uma mudança em Gaza, vai mudar em 180 graus em relação ao que pensaram”, disse às tropas na fronteira de Gaza.

Israel também pediu que os cerca de 2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza fujam para o Egito, após ter bombardeado aproximadamente 200 alvos do Hamas e da Jihad Islâmica na madrugada.

A nova escalada de violência foi deflagrada no último sábado (7), quando o Hamas promoveu uma incursão sem precedentes em Israel, deixando pelo menos 1008 mortos, segundo a embaixada israelense nos Estados Unidos. O país judeu estima que até 150 pessoas ainda sejam mantidas como reféns pelo grupo fundamentalista.

O objetivo do Hamas seria negociar uma troca de prisioneiros, mas o movimento afirmou que não fará qualquer discussão sobre o destino dos reféns enquanto durar a campanha militar israelense.

Já o Ministério da Saúde de Gaza reporta pelo menos 830 mortos em ataques israelenses, incluindo 143 crianças e 105 mulheres, e 4,2 mil feridos.

Quase 140 mil palestinos estão abrigados em escolas administradas pela Organização das Nações Unidas (ONU), cuja agência de Direitos Humanos alertou que a política de "cerco total" praticada por Israel, impedindo o acesso de civis a água potável e alimentos, é proibida por leis internacionais.

"O direito humanitário internacional é claro: a obrigação de tomar cuidado constante para poupar a população civil e os bens civis continua em vigor durante os ataques", disse o chefe do escritório, Volker Turk, em um comunicado.

Hoje, o Hamas lançou um ultimato aos habitantes de Ashkelon, no sul de Israel, a 40 km ao norte da Faixa de Gaza.

"Deixem a cidade dentro de duas horas. Nós avisamos vocês", relatou o porta-voz do Hamas, Abu Obeida, citado pela TV Al Manar dos aliados libaneses do Hezbollah. “Avisamos os residentes de Ashkelon para deixarem a cidade até às 5h (horário local)”.

Segundo a imprensa local, um trabalhador estrangeiro que trabalhava em um kibutz perto de Ashkelon foi morto por foguetes lançados de Gaza. Dois outros trabalhadores estrangeiros ficaram feridos junto com ele.

Além disso, uma série de foguetes foi lançada de Gaza em direção ao centro de Israel, incluindo a área de Tel Aviv, relataram os serviços de inteligência israelenses. Um jornalista da ANSA no local informou que as sirenes de alerta soaram devido aos lançamentos.

O aeroporto internacional Ben Gurion também está incluído nessa área. Entretanto, o exército intensificou os ataques contra o Hamas na Faixa.

Por motivos de segurança, o Ministério da Educação de Israel determinou o fechamento de todas as escolas do país na próxima quarta-feira (11).

“Após uma avaliação da situação de segurança feita pelo Comando da Frente Interna, o Ministério da Educação anunciou que amanhã não haverá escola em todo o país”, anunciou o governo.

Evacuação

Enquanto o conflito se agrava, países do mundo todo se mobilizam para evacuar seus cidadãos da região.

Na Itália, dois aviões pousaram em uma base militar nos arredores de Roma com cerca de 200 pessoas, enquanto outras 200 devem chegar à capital até o fim desta terça-feira.

A missão é organizada pela unidade de crise do Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério da Defesa.

Já o Brasil enviou um avião a Tel Aviv para resgatar as primeiras 210 pessoas que pediram repatriação, e outra aeronave está a caminho de Roma, onde aguardará autorização para voar até Israel. 

O governo brasileiro já confirmou que a primeira aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou em Israel, pouco antes das 10h da manhã (horário de Brasília), para repatriar os brasileiros.

"A primeira aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou em Tel Aviv, em Israel,  às 15h41 (horário local)", diz uma nota divulgada pelo Palácio do Planalto. (ANSA)

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