(ANSA) - Mais de 800 pessoas, entre diplomatas e funcionários de governo dos Estados Unidos e de países europeus, firmaram um documento em que acusam Israel de “graves violações do direito internacional” na resposta militar ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023.
Na carta “transatlântica”, os signatários pedem a seus respectivos governos uma reação mais decidida aos excessos cometidos na Faixa de Gaza.
No texto, obtido por veículos da imprensa internacional, eles afirmam que “há o risco de tornarem-se cúmplices de uma das mais graves catástrofes humanitárias do século, até, potencialmente, com cenários de limpeza étnica e genocídio”.
Entre os países europeus representados, a BBC citou o Reino Unido, a Alemanha e a França.
A emissora britânica ouviu uma fonte que participou do documento, que preferiu permanecer anônima, sendo um funcionário do governo americano, com mais de 25 anos de experiência em serviços de segurança nacional.
Ele denunciou “a contínua recusa” das cúpulas dos Estados em levar em conta os alarmes lançados por “vozes que conhecem a região [do Oriente Médio] e suas dinâmicas”.
“Aqui, a verdade é que nós não estamos apenas deixando de prevenir alguma coisa, estamos nos tornando ativamente cúmplices”, afirmou.
O texto acusa Israel de “não ter limites” em suas operações em Gaza, que já provocaram “milhares de mortes evitáveis de civis”, e diz que o país, através do bloqueio deliberado de ajudas, está “colocando milhares de civis diante do risco de uma lenta morte por fome”.
Os abaixo-assinados também evocam, a cargo das políticas dos respectivos governos, “o risco plausível de contribuir com graves violações do direito internacional e do direito de guerra”.
As identidades dos que firmaram o documento não foram divulgadas, mas cerca de metade seriam oficiais com ao menos uma década de experiência na administração pública.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA