(ANSA) - A Itália registrou, em 2022, 70.124 menores de idade entre 16 e 18 anos trabalhando com um contrato de tempo indeterminado e inscritos regularmente no Instituto Nacional de Previdência Social (Inps).
O país ainda teve jovens que desenvolveram trabalhos com tempo determinado, elevando o total para 84 mil.
A informação foi dada à Câmara da Itália nesta segunda-feira (4) por Domenico Della Porta, professor de Medicina do Trabalho da Universidade de Salerno e coordenador do Observatório do Unicef para a Prevenção de Danos à Saúde causados pelo Trabalho Infantil.
O setor que mais emprega os menores é a agricultura, seguido da construção, artesanatos típicos (carpintaria e canalização), serviços e consertos, comércio e o setor cultural.
“Ainda que contratados regularmente, não é feita uma avaliação de risco para os menores”, explicou Della Porta.
Ele disse que, justamente para estudar o andamento das doenças dessa população de jovens, o observatório elaborou “um modelo específico e dimensionado para a idade desses trabalhadores, com a colaboração de consultores do trabalho, graças a um protocolo de entendimento estipulado pelo Unicef com essa categoria profissional e com o Ministério do Trabalho”.
O documento será apresentado em junho, por ocasião do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil: “Não se tornará lei, mas um ponto de referência que será veiculado pelos consultores do trabalho que têm entre os próprios clientes empresários com funcionários menores com contratos legalmente reconhecidos”.
Para Della Porta, os consultores “podem ser a ponte entre os empregadores e as instituições que deveriam verificar a saúde desses menores”: “Têm a possibilidade de chegar a todos esses empresários, não falo de grandes indústrias, mas dos artesãos, agricultores, pequenas e médias empresas”.
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