(ANSA) - Autoridades italianas relembraram nesta quarta-feira (20) as mortes da jornalista Ilaria Alpi e de seu operador Miran Hrovatin na Somália, caso que completou 30 anos.
“Sua lembrança está presente como nos dias dramáticos em que a terrível notícia de Mogadíscio atingiu nosso país. Eles eram jornalistas de valor, buscando na Somália por verificações e confirmações sobre uma pista que poderia ter revelado tráficos desprezíveis", afirmou o presidente, Sergio Mattarella.
"Um preço pago no exercício de um direito, o direito à informação, que é uma salvaguarda essencial para a liberdade de todos e um pilar sobre o qual a vida democrática se apoia. Os assassinos e os mandantes ainda permanecem sem nome e sem rosto após investigações, desvios, retratações, e processos que não levaram a lugar algum”, acrescentou.
“É uma ferida que afeta toda a sociedade. As instituições sabem que nunca se pode desistir na busca pela verdade O valor da autonomia da imprensa livre está sob ataque em muitas partes do mundo. Muitos jornalistas pagam com a vida sua independência dos poderes, sua busca pela verdade”, disse o presidente italiano.
“A lembrança de Alpi e Hrovatin também é um compromisso, em remover os obstáculos à liberdade de informação, onde quer que se manifestem", afirmou.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, também lamentou: “Ilaria Alpi é uma das mulheres que mencionei em meu discurso de posse, sua coragem é a coragem das mulheres italianas e devemos a ela agradecimento, em particular as mulheres".
Ilaria Alpi tinha 33 anos e era jornalista da RAI, cobrindo guerras e as mazelas da condição feminina no mundo.
Formada em língua árabe, ela também tinha experiência reportando na Somália. Quando foi morta, em 1994, investigava o tráfico de rejeitos tóxicos.
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