(ANSA) - O papa Francisco e os líderes das comunidades cristãs presentes no Líbano se reuniram nesta quinta-feira (1º) no Vaticano para o dia especial de orações para o país asiático, afetado duramente por uma crise política, social e humanitária.
A data começou com uma oração no Altar da Confissão, na Basílica Vaticana, que seguiu para uma reza perante a tumba de São Pedro.
Um a um, os religiosos acenderam uma vela como um símbolo para a paz e a estabilidade do país.
Ao longo de todo dia, foram realizadas sessões de consulta e discussão na Sala Clementina sobre a situação libanesa e uma oração ecumênica para paz, com líderes de igrejas que atuam localmente, será realizada na noite desta quinta.
Durante a cerimônia, Jorge Mario Bergoglio afirmou que “nesses tempos difíceis, queremos afirmar com todas as forças que o Líbano deve continuar a ser um projeto de paz”.
“A sua vocação é aquela de ser uma terra de tolerância e de pluralismo, um oásis de fraternidade onde as religiões e as confissões diferentes se encontram, onde as comunidades diferentes convivem colocando o bem comum à frente das vantagens particulares. É muito essencial que quem detém o poder de coloque finalmente e decisivamente ao verdadeiro serviço da paz e não de seus próprios interesses. Chega de vantagens para uns sobre as peles de muitos”, disse durante uma celebração ecumênica.
O líder católico ainda fez um apelo para que os cidadãos “não percam o ânimo e reencontrem em suas raízes a vossa história de esperança”.
O dia de orações pelo Líbano foi criado no ano passado pelo papa Francisco após a explosão de uma área do porto de Beirute, em 4 de agosto, que provocou a morte de cerca de 220 pessoas e deixou mais de sete mil feridos - além de danos estruturais de mais de US$ 15 bilhões.
Após o incidente, o país ficou sem governo e, após tentativas frustradas, Saad Hariri foi reconduzido ao cargo de primeiro-ministro. Mas, a situação continua instável por conta do sectarismo religioso que existe no poder, com um presidente sempre cristão maronita, o premiê sendo um muçulmano sunita e o chefe do Parlamento é um muçulmano xiita.
Por diversas vezes, o Pontífice mostrou o desejo de visitar o país, mas a pandemia de Covid-19 não permitiu ainda o deslocamento por questões sanitárias.
Dados das Nações Unidas mostram que, apenas em 2020, a taxa de pobreza subiu para 55% no Líbano e a quantidade de pessoas que vivem em pobreza extrema saltou de 8% a 23%. (ANSA).
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