O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou nesta quinta-feira (27) que o mundo passou de uma fase de aquecimento para uma era de "ebulição global".
Em pronunciamento em Nova York, Guterres cobrou ações "radicais e imediatas" contra a crise climática, em meio à repercussão da notícia de que julho de 2023 caminha para ser o mês mais quente já registrado pela humanidade.
"A mudança climática está aqui e é assustadora. E é apenas o começo. A era do aquecimento global terminou, e a era da ebulição global chegou", disse o secretário-geral.
Segundo Guterres, os impactos da crise climática estão em linha com "as previsões e repetidos alertas" dos cientistas. "A única surpresa é a velocidade da mudança", declarou.
"O ar é irrespirável, o calor é insuportável e o nível dos lucros dos combustíveis fósseis e da inação climática é inaceitável", acrescentou Guterres.
O secretário-geral da ONU também cobrou que os países ricos assumam o compromisso de atingir a neutralidade carbônica até 2040 e as economias emergentes até 2050.
Pouco antes, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), que é subordinada à ONU, disse que as três primeiras semanas de julho foram as mais quentes já registradas e que o mês caminha para bater recorde de calor.
As temperaturas médias globais superaram 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais durante a primeira e a terceira semanas de julho, patamar que representa a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris.
Já a temperatura média nos primeiros 23 dias do mês ficou em 16,95ºC, superando o recorde de julho de 2019 (16,63ºC). (ANSA)
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