As emissões de gases do efeito estufa na Amazônia aumentaram 122% no período de 2019 e 2020, os dois primeiros do governo de Jair Bolsonaro, em relação à média entre 2010 e 2018, nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer.
Os dados são de uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (23) na revista científica Nature, assinada pela pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Luciana Gatti, outros pesquisadores do instituto e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Além do aumento de emissões de CO2, a comparação entre os períodos também apontou alta de 80% no desmatamento, de 42% nas queimadas, de 693% na exportação de madeira amazônica, 68% na área de plantio de soja, 58% na de milho e de 13% no rebanho bovino na Amazônia.
No caso dos autos de infração por crime ambiental no bioma, entre 2010 e 2018 foram emitidos 4,7 mil anualmente, enquanto em 2019 o número foi para 3,3 mil e em 2020 para 2,1 mil.
"As agências ambientais brasileiras pararam de emitir multas, de interditar terras envolvidas em crimes ambientais, de queimar o maquinário pesado usado para destruir a floresta. Essas medidas despencaram durante o governo Bolsonaro", disse Luciana Gatti.
Ela também ressaltou que as influências sobre a destruição da Amazônia vão além do Brasil: "O mundo quer carne barata, soja barata para alimentar o gado, então estamos destruindo a floresta para criar gado e soja. Esse é o motor por trás disso".
O estudo mostrou que o desmatamento aumentou em estados como Amazonas, Roraima, Rondônia e Acre, que antes compunham a porção mais preservada da floresta.
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