(ANSA) - Nove das 12 províncias da Lombardia, importante região industrial do norte da Itália, enfrentam restrições à circulação de automóveis a partir desta terça-feira (20) devido a altos índices de poluição do ar.
A medida foi tomada após a concentração de partículas poluentes PM10, cuja inalação em excesso pode provocar doenças respiratórias e cardíacas, ter superado o limite por quatro dias consecutivos.
Essas partículas são liberadas diretamente na atmosfera por fontes como escapamentos de veículos e fábricas. Para conter a poluição, automóveis a gasolina da categoria Euro 1 (escala de emissão de poluentes que vai até 6) e a diesel até euro 4 não poderão circular nos municípios com mais de 30 mil habitantes entre 7h30 e 19h30.
A medida vale para todos os dias da semana e engloba as províncias de Milão, Monza, Como, Bergamo, Brescia, Mântua, Cremona, Lodi e Pavia. As autoridades também proibiram fogueiras e restringiram o uso de aquecedores a lenha, enquanto os sistemas de aquecimento não podem superar os 19ºC.
Um levantamento feito pela empresa suíça IqAir colocou Milão, capital da Lombardia, como terceira cidade mais poluída do mundo nos últimos dias, mas o prefeito de centro-esquerda Giuseppe Sala disse que o ranking é feito com base em "medições extemporâneas conduzidas por um órgão privado".
"Nós estamos trabalhando para melhorar o ar, vamos falar de coisas sérias, e isso não é algo sério", rebateu.
Na última segunda (19), Milão registrava uma concentração de 135 microgramas de PM10 por metro cúbico, sendo que o limite indicado pela União Europeia é de 50.
O norte da Itália vive um inverno fora da curva, com temperaturas 10ºC acima da média e uma onda de poluição sobre a Planície Padana, zona às margens do Rio Pó que concentra o principal eixo industrial do país.
No entanto, segundo o portal Il Meteo, a situação deve melhorar a partir de quinta-feira (22), com a volta da chuva e da neve e o retorno dos termômetros para temperaturas invernais.
De acordo com a Sociedade Italiana de Medicina Ambiental (Sima), o país é líder na UE em mortes prematuras por poluição atmosférica, com cerca de 80 mil óbitos por ano. (ANSA)
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