Os dados foram divulgados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta segunda-feira (28), a menos de 15 dias do início da COP29, em Baku, e mostram que, apesar das promessas de redução feitas pela maioria dos países, as emissões de carbono continuam crescendo.
De acordo com a OMM, entre as principais causas do aumento estão incêndios florestais, as elevadas emissões de CO2 por atividades humanas e a redução da absorção de dióxido de carbono em florestas.
A última vez que a Terra teve uma concentração tão alta de CO2 foi entre 2 milhões e 5 milhões de anos atrás, quando a temperatura média global era entre 2º e 3ºC superior aos patamares atuais, e o nível dos mares era de 10 a 20 metros mais elevado.
Em 2022, a concentração de dióxido de carbono era de 417,9 ppm; em 2021, de 415,7 ppm. Nos últimos 20 anos, segundo a organização, o nível de dióxido de carbono aumentou 11,4%, ritmo de crescimento mais elevado na história da humanidade.
Ainda de acordo com a OMM, a concentração do metano, outro gás causador do efeito estufa, atingiu 1934 partes por bilhão (ppb) em 2023, alta de 265% em relação aos níveis pré-industriais, enquanto a de dióxido de nitrogênio chegou a 336,9 ppb (+125%).
"Outro ano, outro recorde. Isso deveria ligar o alarme em todas as instâncias decisórias. Não há dúvidas de que estamos muito longe de cumprir o objetivo do Acordo de Paris de manter o aquecimento global muito abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais", disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.
"Não são meras estatísticas. Cada parte por milhão e cada fração de grau de incremento da temperatura comportam consequências reais para nossas vidas e nosso planeta", acrescentou.
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