Um abaixo-assinado online pede a reabertura do inquérito sobre o homicídio do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, ocorrido em 1975.
A petição foi lançada pelo advogado Stefano Maccioni, o mesmo que fez o Ministério Público reiniciar as investigações em 2009, e se baseia em um depoimento dado em dezembro passado à Comissão Parlamentar Antimáfia por Maurizio Abbatino, ex-integrante da Banda della Magliana, organização já extinta e que mantinha laços com a máfia e a extrema direita italiana.
De acordo com um relatório divulgado pelo comitê, a morte de Pasolini pode estar ligada ao furto das versões originais de algumas cenas do seu filme "Salò ou os 120 Dias de Sodoma", que ainda estava em produção e foi lançado poucas semanas depois do assassinato.
Segundo o documento, o cineasta havia viajado a Ostia, no litoral de Roma e local de sua morte, justamente para tentar recuperar as gravações. Em seu depoimento à Comissão Parlamentar Antimáfia, Abbatino confessou ter furtado as gravações.
"Por esse motivo, apelamos para que, 47 anos depois do homicídio, a magistratura determine a reabertura das investigações para se chegar à verdade. Queremos saber como, por que e por quem Piero Paolo Pasolini foi assassinado", disse Maccioni.
O único condenado pelo assassinato foi o ex-garoto de programa Giuseppe "Pino" Pelosi, morto em julho de 2017. Menor de idade na época do crime, Pelosi disse inicialmente que matou o cineasta durante um encontro sexual frustrado, porém ele mudaria sua versão décadas mais tarde, afirmando que o intelectual foi assassinado por outras três pessoas. No entanto, Pelosi nunca deu nenhuma pista que permitisse a identificação dos supostos autores. (ANSA)
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