Uma carta chamada 'O Espírito de Nápoles' é o apelo à ação ("Call for action") dirigido aos países membros da Unesco "para uma proteção mais eficaz do patrimônio", atuando especialmente contra as mudanças climáticas, que impactam a preservação dos locais, e contra o turismo em massa que poderia comprometer a identidade dos territórios.
Este é o documento programático final da Conferência da Agência das Nações Unidas para a Cultura, encerrada nesta quarta-feira (29) no Palazzo Reale , em Nápoles.
No texto, apela-se a todos os Estados da Unesco para promoverem "uma visão prospectiva", implementando políticas e estratégias públicas destinadas a proteger o patrimônio cultural, tanto material quanto imaterial, e também natural por meio de abordagens holísticas.
"Precisamos repensar a abordagem para a proteção de todos os tipos de patrimônio cultural integrando a perspectiva e colocando a sociedade civil e as populações indígenas no centro de nossas ações", disse Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco.
A carta solicita aos países da Unesco que "promovam respostas inovadoras" para enfrentar os desafios que os locais enfrentam e garantir o bem-estar e a vida sustentável das comunidades locais e das populações indígenas que vivem dentro e ao redor de lugares que são patrimônio cultural.
Uma carta que, como destacou o ministro da Cultura, Gennaro Sangiuliano, "é rica em sugestões operacionais para a proteção do patrimônio": "Esta Conferência foi uma oportunidade de diálogo, de troca de experiências em um momento marcado por guerras e crises internacionais, demonstrando que a cultura é uma terra de diálogo entre os povos".
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, também expressou satisfação durante a sessão conclusiva: "Escolhemos Nápoles como sede desta conferência de três dias da Unesco porque é uma cidade maravilhosa. Mesmo no próximo ano, quando a Itália estiver liderando o G7, mostraremos nossas belezas: por isso, decidimos realizar a reunião dos ministros das Relações Exteriores em Capri" "A Itália é um gigante mundial da cultura pelo patrimônio que preserva, pelas belezas que possui, pela história milenar, mas também por tudo o que está fazendo ao redor do mundo para proteger o patrimônio artístico", disse.
Na chamada para ação, os países da Unesco são convidados a garantir a inclusão social e econômica por meio de estratégias e iniciativas de conservação e preservação do patrimônio "que incorporem a perspectiva de gênero e promovam o diálogo e a transmissão intergeracional envolvendo os jovens".
O texto também pede ações para fortalecer e expandir parcerias para aumentar as capacidades local, nacional e regionalmente "para utilizar a cultura como vetor de inclusão social, crescimento econômico, emprego e força transformadora para o desenvolvimento sustentável, resiliência e construção da paz"; desenvolver e implementar políticas turísticas "sustentáveis que priorizem a preservação do patrimônio", fornecendo soluções inteligentes para enfrentar os desafios do excesso de turismo.
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