A árvore de Natal mais famosa e luxuosa do mundo, situada no Rockefeller Center, em Manhattan, no coração de Nova York, tem origens humildes e italianas.
O abeto vermelho que desde a década de 1930 é colocado no mesmo lugar e iluminado com mais de 50 mil luzes de LED foi, na verdade, uma ideia de um imigrante do "Belpaese" para agradecer pelas oportunidades que a nação americana lhe deu.
Era 1931 quando o operário Cesidio Perruzza, natural de San Donato Val di Comino, no Lazio, e que havia conseguido trabalho na construção do arranha-céu RCA Building, decidiu retribuir pelo emprego dado a ele e a outros imigrantes com uma árvore de Natal decorada com material que remetesse a eles, como o alumínio dos detonadores usados para quebrar rochas e escavar o solo.
Perruzza chegou aos EUA em 1901, aos 17 anos. Conseguiu trabalho logo, mas quando veio a crise de 1929, a economia do país afundou. Em busca de sobrevivência, acabou por especializar-se em explosivos para construções.
A história desse imigrante italiano é contada em um documentário intitulado "1931, brilham as luzes de Manhattan", de Massimo Wertmuller, que está em exibição no Museu Nacional da Imigração Italiana, em Gênova, e no Museu del Novecento e della Shoah, de San Donato Val di Comino, até 6 de janeiro de 2025. O vídeo também pode ser visto pelas redes sociais das instituições.
Segundo os responsáveis pelos museus, Paolo Masini e Luca Leone, respectivamente, "poucos sabem que esta árvore, chamada de 'a mais bonita do mundo', hoje um espetáculo luminoso de 22 metros de altura e iluminada com mais de 50 mil luzes, tem um coração italiano e remete a uma Itália pobre".
"A história relacionada às origens da árvore de Nova York ganhou destaque em 1999, quando o ex-governador Mario Cuomo presenteou a família de Perruzza com uma foto de 24 de dezembro de 1931, na qual aparecem mais de 60 operários italianos no local de trabalho. Atrás deles, estava a linda árvore de Natal", contam Masini e Leone.
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