O papa Francisco lamentou nesta quinta-feira (15) a "devastadora perda de vidas" no naufrágio de um barco superlotado na costa da Grécia.
O incidente ocorreu na última quarta (14) e deixou pelo menos 78 migrantes mortos, mas a embarcação levava centenas de indivíduos, e a maioria deles ainda está desaparecida - a Grécia chegou a anunciar 79 vítimas, mas depois revisou o balanço.
"Profundamente consternado ao saber do naufrágio na costa da Grécia e de sua devastadora perda de vidas, sua santidade papa Francisco oferece sentidas orações pelos muitos migrantes que morreram, seus entes queridos e todos aqueles traumatizados por essa tragédia", diz um telegrama enviado ao núncio apostólico na Grécia, Jan Romeo Pawlowski, pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
"Sua santidade invoca os dons da força, da perseverança e da esperança para os sobreviventes, aqueles que os assistem com cuidados e abrigo e o pessoal de emergência", conclui.
O pesqueiro superlotado havia partido de Tobruk, no litoral leste da Líbia, com destino à Itália, principal porta de entrada para migrantes forçados na União Europeia.
As autoridades da Grécia acreditam que cerca de 500 pessoas viajavam no barco, mas alguns sobreviventes falam em até 750 passageiros, o que transformaria esse naufrágio em uma das maiores tragédias da história recente do Mediterrâneo.
"As atividades de busca e socorro ainda estão em curso, e a absoluta prioridade de todos é fazer tudo o que for possível. Não é hora de investigações, precisamos nos concentrar nas operações [de resgate]", disse o porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer.
O Mediterrâneo é a rota migratória mais mortal no mundo e vem presenciando um recrudescimento na crise humanitária em 2023.
Apenas a Itália já recebeu 55,6 mil migrantes forçados por via marítima neste ano, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2022, segundo o Ministério do Interior.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), quase 1,3 mil pessoas já morreram ou desapareceram tentando concluir a travessia do Mediterrâneo em 2023, contra pouco mais de mil no mesmo período do ano passado. (ANSA)
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