(ANSA) - Autoridades da Itália e da União Europeia se manifestaram neste sábado (27) por ocasião do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto.
A data, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), marca o aniversário da libertação do campo de concentração e extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau pelas tropas soviéticas em 27 de janeiro de 1945, e neste ano coincide com a guerra em curso entre Israel e Hamas no Oriente Médio.
A premiê da Itália, Giorgia Meloni, relembrou o plano do país de construir um Museu do Holocausto, afirmando que "será uma instituição encarregada de transmitir a memória”.
“Estamos certos de que dará uma contribuição crucial para que a maldade do plano criminoso nazifascista e a vergonha das leis raciais de 1938 não caiam no esquecimento", afirmou.
A presidente do Poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que atos antissemitas estão aumentando de forma alarmante e que “é dever proteger e fazer prosperar a vida judaica na Europa”.
O papa Francisco declarou, através do X (antigo Twitter): “A lembrança e a condenação ao horrível extermínio de milhões de pessoas judias e de outras religiões, ocorrido no século passado, ajuda a todos a não esquecer que a lógica do ódio e da violência nunca pode ser justificada, porque nega nossa humanidade”.
Também neste sábado, a senadora vitalícia da Itália Liliana Segre, sobrevivente do Holocausto, recebeu um título honoris causa em História da Universidade de Milão.
A honraria foi dada “por ter oferecido à pesquisa histórica seu testemunho extraordinário. Por ter fornecido às novas gerações as ferramentas para entender eventos fundamentais de nosso passado. E, finalmente, por sua luta contra a indiferença e o esquecimento".
Aplaudida de pé durante a homenagem, Segre disse: “Eu não sou adequada para falar do 27 de janeiro, porque quem passou pelo que eu passei não espera por essa data para lembrar de uma vida atrás. Essa é a verdade. Eu faço isso 365 dias por ano, não apenas em 27 de janeiro".
Sobre o conflito atual no Oriente Médio, ela declarou: "Não há uma noite desde 7 de outubro que não me mantenha acordada pensando no que está acontecendo".
Apesar de uma ordem do Ministério do Interior para que todas as manifestações pró-Palestina fossem adiadas e não ocorressem nesta data, jovens em Milão, Roma, Nápoles e Cagliari decidiram protestar ainda assim.
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