A recuperação é resultado de uma investigação iniciada em abril de 2023, quando policiais do Núcleo de Proteção ao Patrimônio Cultural coordenado pela Procuradoria de Perugia identificaram uma possível escavação ilegal entre as cidades de Chiusi, na Toscana, e Città della Pieve, na Úmbria, a partir de fotos que circulavam no mercado clandestino de arte.
Graças à colaboração de um professor da Universidade de Roma Tor Vergata, levantou-se a hipótese da proveniência dos achados de uma necrópole etrusca, provavelmente na área de Chiusi. Uma pista que retomou uma antiga descoberta acidental, já relatada em 2015 em Città della Pieve, quando um agricultor encontrou um hipogeu etrusco contendo quatro urnas funerárias e dois sarcófagos atribuíveis a uma importante família etrusca, os Pulfna.
De acordo com as autoridades, o material está "em perfeita conservação e possui um excepcional valor histórico e artístico". Quanto ao valor monetário, o tesouro arqueológico é estimado em 8 milhões de euros (R$ 48,2 milhões).
As urnas, todas intactas, foram feitas em mármore travertino branco umbro e parcialmente decoradas com altos relevos que ilustram cenas de batalha e caça, além de frisos, alguns dos quais conservam pigmentos policromados e revestimentos com folhas de ouro, enquanto outros trazem a representação do mito de Aquiles.
Segundo as primeiras reconstruções realizadas por arqueólogos do Ministério da Cultura, todos os bens fariam parte de uma única urna funerária, um túmulo hipogeu atribuível aos Pulfna. O ministro da Cultura, Alessandro Giuli, elogiou o trabalho de recuperação de "fragmentos fundamentais que contribuem para formar a nossa identidade nacional".
O povo etrusco ocupou o atual território da Itália entre os séculos 9 e 1 a.C., tendo habitado as regiões que compreendem do Vêneto à Campânia.
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