Por Nadedja Calado - O presidente da Stellantis para América do Sul, Emanuele Cappellano, anunciou nesta segunda-feira (20) R$ 14 bilhões em investimentos no polo automotivo de Betim, em Minas Gerais, localidade que marcou a entrada da Fiat no Brasil em 1976.
Os recursos fazem parte do maior plano de investimentos da história na indústria automotiva sul-americana, de R$ 30 bilhões entre 2025 e 2030. Em abril, o grupo automotivo também detalhou que R$ 13 bilhões serão destinados ao polo automotivo de Goiana, em Pernambuco.
O montante vai impulsionar o lançamento de 40 novos produtos, oito powertrains, bem como o desenvolvimento das novas tecnologias Bio-Hybrid, que associam eletrificação com motorização flex e a etanol. O formato foi concebido no Tech Center Stellantis na América do Sul, em parceria com fornecedores, pesquisadores e parceiros em um ecossistema de inovação, mirando fortalecer a indústria nacional.
"É um investimento importantíssimo, que desenvolve a arrecadação do estado e gera empregos. Produzir veículos mais verdes é uma tendência mundial", celebrou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, presente na cerimônia oficial na fábrica.
"O polo tem uma trajetória marcada pelo sucesso, produzindo modelos que lideram os seus segmentos no Brasil. Vamos dar sequência ao legado desta fábrica, direcionando o valor para renovar nossa linha de produtos, desenvolver novas tecnologias e gerar novos empregos", disse Cappellano.
No encontro, o executivo também confirmou um aporte de R$ 454 milhões ainda em 2024 na expansão da linha de motores para os futuros lançamentos da Stellantis na região, ampliando a capacidade de produção para 1,1 milhão de unidades por por ano.
Entre eles estarão os produtos equipados com a tecnologia Bio-Hybrid.
A ampliação da unidade deve ser concluída no segundo semestre de 2024, assim como o lançamento do primeiro veículo equipado com a novidade. A marca e o modelo ainda não foram revelados.
Apesar de uma divulgação inicial ter dado conta de que o local de produção seria o polo de Goiana, Cappellano deixou essa possibilidade em aberto. Futuramente, a companhia também não descarta a possibilidade de desenvolver um sistema híbrido com motor a combustão movido a etanol. As estratégias são analisadas conforme a meta de zerar as emissões até 2050.
Ainda nesta segunda-feira, o executivo da Stellantis mencionou desafios enfrentados pela produção devido à tragédia climática que atinge o estado do Rio Grande do Sul: "As peças automotivas produzidas lá são comercializadas em todo o Brasil e afetam a produção de toda a indústria. Estamos com um plano de contingência para manter a produção e garantir a normalidade do dia a dia".
Sobre a joint venture com a montadora chinesa de elétricos Leapmotor, ele confirmou a expectativa de que, futuramente, a parceria venha também para o Brasil, sem especificar a data: "A estratégia traz como novidades a nova marca e novas tecnologias.
Iremos trazer".
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