Um relatório da ONG Human Rights Watch (HRW) denunciou que os grupos armados liderados pelo Hamas "cometeram numerosos crimes de guerra e contra a humanidade durante o ataque de 7 de outubro em Israel".
O documento de 236 páginas "'Não Consigo Apagar Todo o Sangue da Minha Mente': O Ataque dos Grupos Armados Palestinos a Israel em 7 de outubro" foi divulgado nesta quarta-feira (17) com centenas de casos de graves violações do direito humanitário internacional.
A HRW denuncia os "ataques deliberados e indiscriminados contra civis e bens civis, assassinato voluntário de pessoas sob custódia, tratamento cruel e outros tratamentos desumanos, violência sexual e de gênero, sequestro de reféns, mutilação e profanação de corpos, uso de escudos humanos e saques".
Além disso, reconhece o Hamas como o organizador do ataque de 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, quando quase 1,2 mil pessoas foram mortas, mas listou outros grupos armados que cometeram crimes de guerra na mesma data, incluindo a Jihad Islâmica Palestina.
No relatório, a ONG apelou também à libertação imediata dos reféns ainda detidos na Faixa de Gaza.
Segundo a diretora de crises e conflitos da HRW, Ida Sawyer, o documento, baseado em depoimentos de 144 pessoas, vídeos e fotos, "descobriu que o ataque deliberado pelo Hamas em 7 de outubro foi planejado para matar civis e manter o maior número possível de pessoas como reféns".
"As atrocidades deveriam estimular um apelo global à ação para acabar com todos os abusos contra civis em Israel e na Palestina", afirmou ela, explicando que a ONG apelou ao Hamas para responder pelas acusações.
Por sua vez, o grupo fundamentalista islâmico rebateu "que as suas forças tinham instruções para não atacar civis e para respeitar o direito humanitário internacional". "Em muitos casos, as nossas investigações encontraram provas ao contrário", acrescentou a entidade.
Por fim, a HRW denunciou a reação de Israel, definindo as medidas tomadas contra a Faixa de Gaza como "punição coletiva" e o elevado número de mortes, "em grande parte civis", nos ataques contra o enclave palestino.
Até o momento, a ofensiva militar autorizada pelo premiê israelense, Benjamin Netanyahu, já matou pelo menos 38.664 pessoas em Gaza, de acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Saúde do território.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA