(ANSA) - Uma multidão enfrentou a chuva que atingiu Bolonha neste domingo (2) para protestar pelos direitos da comunidade LGBTQIA+ na piazza Maggiore.
A iniciativa foi convocada para responder "aos recentes ataques do governo aos filhos de famílias homoparentais" e para pedir que todas as certidões de nascimento sejam reconhecidas igualmente.
O ato ocorre um dia após milhares de pessoas irem às ruas de Roma para exigir direitos e reconhecimento dos jovens transexuais, em um protesto inédito na Itália por ocasião do "Dia Internacional da Visibilidade Trans", celebrado no último dia 31 de março.
De acordo com os organizadores da marcha, que percorreu o centro da capital italiana até a Piazza del Campidoglio, sede da prefeitura, no sábado (1º), este é o primeiro ato voltado exclusivamente para apoiar transexuais.
"Temos o direito de estudar com a nossa identidade", diz uma das frases da mobilização, cujo objetivo é defender a carreira, formação escolar, saúde, além de proteger a dignidade do menor trans, segundo a associação Gender X.
Esta é a primeira manifestação na Itália pelos direitos dos jovens trans. Uma bandeira de 50 metros de comprimento com as cores azul, rosa e branco, que fazem referência a pessoas trans e não binárias, foi estendida durante todo o trajeto pelas ruas de Roma.
Os jovens pediram para que as "barreiras da discriminação" que ainda vivenciam sejam superadas, reivindicando a possibilidade de usar o nome de sua escolha em escolas e universidades, lembrando também de vítimas de violência ou aqueles que não resistiram ao ódio e à marginalização como a professora trans Cloe Bianco, que se suicidou no verão passado.
"Nossas vidas importam", "Você está nos matando" são algumas das frases ditas pelos manifestantes.
Organizado por inúmeras associações da comunidade LGBTQIA+ e sindicatos italianos, o ato contou com a presença da coordenadora do Escritório de Direitos LGBTQIA+ de Roma, Marilena Grassadonia, e aconteceu sob o lema "Proteger a juventude trans".
"Em nosso país ainda não vemos os direitos das crianças e adolescentes trans plenamente reconhecidos e garantidos, expostos a maus-tratos, violência e isolamento social", denunciaram os organizadores.
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