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Unifil não deve aceitar ordens de Israel, diz ministro italiano

Unifil não deve aceitar ordens de Israel, diz ministro italiano

Segundo Roma, retirada da Unifil 'minaria credibilidade da ONU'

ROMA, 17 de outubro de 2024, 08:31

Redação ANSA

ANSACheck
Veículos da Unifil em deslocamento no sul do Líbano © ANSA/EPA

Veículos da Unifil em deslocamento no sul do Líbano © ANSA/EPA

O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, afirmou nesta quinta-feira (17), em audiência na Câmara dos Deputados, que a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) não pode aceitar "ordens" de Israel.
    A declaração chega na esteira dos ataques israelenses contra bases da missão de paz da ONU no sul libanês e após Tel Aviv ter pedido para tropas da Unifil se retirarem da região.
    "Israel deve compreender que os soldados da Unifil não trabalham para uma das partes, mas estão ali para manter a paz e promover a estabilidade regional. A imparcialidade dos capacetes azuis é um dos pilares da Unifil, por isso as Nações Unidas não podem aceitar receber ordens de uma das partes", disse Crosetto, que, na semana passada, cogitou a hipótese de "crimes de guerra" nas ações de Israel contra a força da ONU.
    "A Itália reconhece o direito de Israel de resistir e se defender dos ataques de quem quer que seja. Ao mesmo tempo, pedimos que Israel se atenha às regras do direito internacional e proteja a inocente população civil, tanto em Gaza como no Líbano, e o contingente da ONU", salientou o ministro .
    Crosetto também anunciou que irá em breve a Beirute e Tel Aviv e que a Itália, que contribui com mais de mil soldados para a missão de paz, organizará uma "conferência para tornar concreto o apoio às forças armadas libanesas em termos financeiros, de treinamento e equipamentos". Além disso, garantiu que a presença da Unifil no sul do Líbano "não está em discussão".
    "Ir embora agora não traria nenhum benefício e minaria, talvez definitivamente, a própria credibilidade das Nações Unidas", acrescentou.
    Os ataques à Unifil aconteceram em meio à ofensiva de Israel contra o grupo xiita Hezbollah, que já dura quase um mês e deixou mais de 2 mil mortos no Líbano. A milícia islâmica é aliada do grupo fundamentalista Hamas, que há um ano trava uma guerra contra o país judeu na Faixa de Gaza.
   

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