Após a Itália abrir centros de identificação e repatriação para migrantes internacionais na Albânia, a Holanda anunciou que pretende apresentar um projeto semelhante, mas em Uganda, na África.
O tema foi discutido durante uma reunião nesta terça-feira (17), em Bruxelas, entre os líderes de 11 países da União Europeia: Áustria, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Grécia, Hungria, Malta, Polônia e República Tcheca, além de Itália e Holanda.
"A ideia do governo é criar centros de repatriação em Uganda. É uma ideia séria e vamos discutir com a Itália", disse o premiê holandês, Dick Schoof.
Os centros italianos na Albânia foram inaugurados nesta semana e receberão deslocados internacionais provenientes de países considerados "seguros" por Roma, homens e que não estejam em situação de vulnerabilidade.
Dessa forma, esses indivíduos serão mantidos fora da Itália enquanto seus pedidos de refúgio são analisados. Um primeiro grupo de 16 migrantes já chegou ao país balcânico a bordo de um navio da Marinha Militar, porém quatro serão levados para território italiano: dois egípcios adultos com problemas de saúde e dois menores de idade de Bangladesh.
O projeto atraiu o interesse de outros países da UE, que desejam criar centros de identificação e repatriação fora do bloco, de modo a desestimular os fluxos migratórios no Mar Mediterrâneo.
"A Itália mostrou como pensar fora da caixa e criar novas possibilidades", disse o chanceler da Áustria, Karl Nehammer, de centro-direita. Já um porta-voz do governo da França admitiu o desejo de "assinar acordos similares àquele entre Itália e Albânia".
Por outro lado, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, de centro-esquerda, disse que esse tipo de iniciativa pode absorver apenas "pouquíssimas gotas" e "não são a solução para países grandes".
Desde o início do ano, cerca de 55 mil deslocados internacionais chegaram à Itália via Mediterrâneo, segundo o Ministério do Interior, uma queda de 61% em relação ao mesmo período de 2023. As principais nações de origem são Bangladesh (10,9 mil), Síria (10,1 mil), Tunísia (7,2 mil), Egito (3,4 mil) e Guiné (2,9 mil).
A maioria dessas pessoas, no entanto, usa a Itália apenas como porta de entrada na União Europeia e tenta seguir viagem para países ao norte.
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