(ANSA) - O enviado do papa Francisco, cardeal Matteo Zuppi, concluiu sua visita a Moscou nesta sexta-feira (30) após uma viagem de três dias à Rússia, onde tentou "identificar iniciativas humanitárias" para abrir "caminhos para a conquista da paz".
"Os resultados da visita serão levados ao conhecimento do Santo Padre, tendo em vista os próximos passos a ser dados, tanto a nível humanitário quanto na busca de caminhos para a paz", indica uma nota da sala de imprensa da Santa Sé.
No comunicado, o Vaticano reforçou que, durante três dias, o religioso se reuniu com autoridades russas, como o conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, e a comissária russa para os direitos das crianças, Maria Llova-Belova.
"Durante as conversações, foi fortemente enfatizado o aspecto humanitário da iniciativa, bem como a necessidade de se conseguir alcançar a tão desejada paz", acrescenta a nota.
Em uma breve visita à Igreja de São Nicolau em Tolmachi, na Galeria Tretyakov, Zuppi também fez uma pausa em oração diante da Nossa Senhora de Vladimir, ícone na Rússia, para confiar sua missão.
O cardeal chegou em Moscou na última quarta-feira (28) e, um dia depois, teve um "encontro frutífero" com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, que é aliado do regime de Vladimir Putin e já demonstrou apoio à invasão na Ucrânia.
De acordo com a Santa Sé, Zuppi "transmitiu as saudações do Santo Padre" para Cirilo e "também discutiu iniciativas humanitárias que poderiam facilitar uma solução pacífica".
Além disso, o enviado do Papa se reuniu com os bispos da Conferência dos Bispos Católicos da Rússia e presidiu uma solene celebração na catedral da Arquidiocese da Mãe de Deus, em Moscou. Também estiveram presentes sacerdotes, embaixadores e representantes do Ministério das Relações Exteriores.
"Esta foi a ocasião para transmitir à comunidade católica a proximidade, a lembrança e a oração do Santo Padre, conclui o texto.
Por sua vez, o assessor de política externa de Putin, Yuri Ushakov, citado pela agência Interfax, disse hoje que houve uma "troca de opiniões úteis para ambas as partes" entre Zuppi e o Kremlin, mas "nenhuma ideia específica foi apresentada".
A Rússia expressou "grande apreço" pela posição "equilibrada e imparcial" do Vaticano ilustrada por Zuppi sobre a situação na Ucrânia e está pronta para discutir outras propostas, caso surjam.
"O Vaticano mostrou-se disposto a despolitizar a solução dos problemas humanitários ligados ao conflito na Ucrânia. Apoiamos esta intenção do Papa", concluiu o assessor de Putin.
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