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Moradores reclamam de presença de Bolsonaro em condomínio nos EUA

Moradores reclamam de presença de Bolsonaro em condomínio nos EUA

Estadia de brasileiro causou confusão em Kissimee

ORLANDO, 27 de janeiro de 2023, 18:01

Redação ANSA

ANSACheck

Bolsonaro está em condomínio nos Estados Unidos © ANSA/EPA

Na página online, o Encore Resort at Reunion se apresenta como "o espaço e a privacidade de uma casa de veraneio com o conforto de um ambiente cinco estrelas". Mas para atrapalhar a rotina tranquila dessa comunidade fechada, habitada principalmente por idosos, na periferia de Orlando, a poucos minutos dos parques da Disney e a cerca de três horas da residência de Donald Trump em Mar-a-Lago, chegou há mais de um mês o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e sua família.

Com isso, agora há um pouco de vizinhos inconvenientes para todos. "Perdemos a paz, há estranhos por toda parte. Achamos que são pessoas dos serviços de segurança, jornalistas ou simpatizantes, mas são apenas suposições. Estamos preocupados", lamentou Linda, uma aposentada de Buffalo.

E o mal-estar entre os hóspedes do resort Kissimee está crescendo. "Ele não é uma pessoa muito empática", diz Francisco, outro morador do complexo formado por casas brancas típicas da Flórida, com jardim, quintal, garagem, academia e outras áreas comuns.

"Ele deveria ser mandado embora. Estamos apenas esperando que ele seja julgado por golpe de estado, genocídio ou corrupção", argumenta ele, lembrando as 16 ações penais que as autoridades brasileiras moveram contra o ex-chefe do Estado.

Por outro lado, a atitude de muitos turistas brasileiros é diferente: surpresos com a presença do ex-capitão do Exército, não deixam de se reunir em frente à sua casa na esperança de vê-lo. E muitos parecem até ter conseguido, garantindo selfies e autógrafos.

Mas, segundo alguns faxineiros, foram poucas as vezes em que Bolsonaro foi visto andando pelas ruas tranquilas do complexo. E, acima de tudo, sempre manteve distância da mídia, atitude constante mesmo em seus quatro anos de mandato.

No entanto, há um pequeno grupo de jornalistas brasileiros que não desiste e, dia após dia, se revezam em frente à entrada da área protegida por cercas metálicas.

Além disso, há os apoiadores, que chegam aos portões com camisas com as cores da seleção brasileira ou com a inscrição: "Make Brazil Great Again", uma variante do slogan trumpiano, e os defensores do presidente progressista em exercício, Luiz Inácio Lula da Silva.

Fontes próximas ao ex-chefe de Estado dizem que Bolsonaro "acompanha de perto tudo o que está acontecendo em seu país", escrutinando "os passos de Lula com atenção, esperando o momento certo para voltar".

Na quarta-feira, o médico do ex-presidente do Brasil, Antonio Macedo, explicou que seu cliente passará por uma cirurgia no estômago quando voltar ao Brasil. Talvez em fevereiro. Mas ainda não há data oficial de retorno. Dado o clima tempestuoso após a invasão golpista de 8 de janeiro, da qual Bolsonaro é acusado de ser o instigador, talvez ele espere mais algumas semanas.
   

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