A Itália se despede nesta terça-feira (26) do ex-presidente Giorgio Napolitano, morto em 22 de setembro, aos 98 anos de idade, com um funeral - laico e com honras de Estado - no plenário da Câmara dos Deputados.
A cerimônia reúne as principais autoridades italianas, como o presidente Sergio Mattarella, a premiê Giorgia Meloni e ministros do governo, além de representantes de Estados estrangeiros. Os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Alemanha, Frank Walter Steinmeier, estão entre os presentes.
Também participam da despedida a esposa e o filho de Napolitano, Clio Bittoni e Giulio, respectivamente, o cardeal Gianfranco Ravasi, o comissário europeu para Assuntos Econômicos e ex-premiê italiano Paolo Gentiloni, o ex-primeiro-ministro da Itália Giuliano Amato, entre outros.
Dois telões foram instalados na Piazza Montecitorio, fora da Câmara, para que o público acompanhe o funeral. Inúmeros policiais patrulham as ruas próximas ao local.
O caixão de Napolitano chegou ao plenário da Câmara dos Deputados após ficar por dois dias na sede do Senado, em Roma, onde diversas personalidades da política italiana passaram para se despedir. No último domingo (24), inclusive, o papa Francisco apareceu de surpresa no velório para, segundo o Vaticano, "honrar o grande serviço prestado à Itália" pelo ex-chefe de Estado.
Durante a cerimônia, estão previstos diversos discursos para homenagear o político italiano. O presidente da Câmara, Lorenzo Fontana, e o presidente do Senado, Ignazio La Russa, iniciaram as declarações. "Com a morte de Napolitano desaparece uma das figuras mais importantes da história da República", afirmou Fontana.
Já o filho de Napolitano agradeceu a presença de todos e pediu para viverem este "momento com espírito de unidade e partilha".
O governo de Meloni também determinou que todas as bandeiras dos edifícios públicos e das representações diplomáticas e consulares italianas no estrangeiro fossem hasteadas a meio mastro até o término do funeral, que foi declarado dia de luto nacional.
O ex-presidente da Itália será sepultado no Cemitério Não-Católico de Roma, também conhecido como Cemitério Protestante. Os poetas britânicos John Keats e Percy Bysshe Shelley, o pintor russo Karl Briullov e o marxista italiano Antonio Gramsci também estão enterrados lá.
Napolitano lutava contra uma longa doença e faleceu em uma clínica de Roma, capital da Itália. Ele foi o 11º presidente na história da República Italiana e o primeiro a ser reeleito para um segundo mandato, abrindo um precedente que seria seguido por Mattarella, seu sucessor.
Ex-membro do Partido Comunista Italiano (PCI), ele chefiou o Estado entre maio de 2006 e janeiro de 2015, quando renunciou ao cargo devido à idade avançada.
Ao longo desse período, foi uma figura de garantia institucional e estabilidade em um dos momentos mais complicados da história republicana da Itália: a crise do euro, quando Napolitano pressionou pela renúncia do então premiê Silvio Berlusconi e bancou um governo técnico guiado pelo economista Mario Monti.
Ele também foi presidente da Câmara dos Deputados (1992-1994), ministro do Interior (1996-1998) e ministro da Defesa Civil (1996-1998), além de parlamentar por quase 40 anos.
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