A Liga, partido de direita liderado pelo vice-premiê e ministro da Infraestrutura da Itália, Matteo Salvini, apresentou um projeto de lei para proibir o uso da variante feminina para se referir a prefeitas, advogadas e outras funções em documentos públicos.
"A iniciativa pretende preservar a integridade da língua italiana e, em particular, evitar a imprópria modificação de títulos públicos, como prefeito, delegado, advogado, para adaptá-los às diversas sensibilidades do tempo", diz o texto, assinado pelo senador Manfredi Potenti, integrante da base aliada da premiê da Itália, Giorgia Meloni, primeira mulher a governar o país.
Se o projeto for aprovado, quem escrever em documentos oficiais palavras como "sindaca" (prefeita) e "avvocata" (advogada) estará sujeito a multas de mil a 5 mil euros (de R$ 6,1 mil a R$ 30,5 mil).
Segundo o texto, é preciso evitar que a "legítima batalha pela paridade de gênero, a fim de conseguir a visibilidade e o consenso na sociedade, recorra a esses excessos que não respeitam as instituições".
Ainda não está claro qual será o posicionamento dos outros partidos da base de Meloni sobre o projeto, mas o governo tem maioria confortável no Parlamento para aprovar qualquer procedimento.
A própria premiê é tratada no masculino ("il presidente del Consiglio dei Ministri", ou "o presidente do Conselho dos Ministros") em documentos oficiais.
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