A Comissão Europeia vai adotar a partir de 2 de fevereiro o regulamento que inclui o gás natural e a energia nuclear em suas regras de taxonomia, com apenas "pequenas modificações" em relação ao rascunho enviado em 31 de janeiro para os países-membros, informou a comissária europeia responsável pelo dossiê, Mairead McGuinness.
Na entrevista publicada nesta quarta-feira (26) pelo "Frankfurter Allgemeine Zeitung", a representante indicou que os protestos políticos e de organizações climáticas não deverão causar mudanças bruscas no texto sobre energias "verdes".
"A proposta da Comissão chegará no dia 2 de fevereiro e mudará só em mínima parte porque a Comissão se atém ao procedimento. Mas, o Parlamento Europeu não pode ser ignorado e deve parar com essa loucura", escreveu em sua conta no Twitter o eurodeputado alemão, Michael Bloss, que já foi ajudou a relatar o pacote sobre o clima do bloco.
Os Verdes alemães, que fazem parte do governo de Olaf Scholz, são os que estão mais contrários à medida porque veem a decisão como uma forma de burlar as metas estabelecidas tanto em acordos europeus como no de Paris.
Nesta terça-feira (25), um dos líderes da sigla até contradisse Berlim e afirmou que o país não admite dar o "selo verde" para as duas formas de energia - o Gabinete de Scholz se opôs só ao nuclear.
A organização ClientEarth, que foca em advogados da área ambiental, enviou formalmente um parecer legal ao vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, pedindo para que não fosse adotada a medida.
Isso porque a taxonomia do gás e da energia nuclear violariam o Acordo de Paris de 2015, a lei europeia sobre o clima com as metas para 2030 e 2050, com as obrigações previstas em dois artigos do tratado sobre o funcionamento da União Europeia e estão em contradição com as disposições gerais do regulamento UE sobre taxonomia.
Entre outros pontos, se as duas formas de energia forem taxadas como "verdes", ficará mais fácil obter financiamentos do tipo na União Europeia. Abertamente favoráveis ao plano de energia estão a França e países do leste.
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