O nível do Rio Pó, que atravessa o norte da Itália, está 72% abaixo da média do período devido à falta de chuvas.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (17) por Alberto Cirio, governador do Piemonte, uma das quatro regiões cortadas pelo maior rio italiano em extensão.
"O Piemonte registra uma crise hídrica pior que aquela de 2003, com o segundo mês de maio mais quente desde 2009, e hoje o Pó tem um nível de água 72% abaixo do que deveria ser seu dado natural", declarou Cirio em uma coletiva de imprensa sobre a estiagem na região.
De acordo com o governador, a "criticidade" já começa nas nascentes, uma vez que não há mais neve nas montanhas. "Onde se tem suprimentos de águas baixas não há a mesma emergência", explicou.
Ainda segundo Cirio, 170 municípios do Piemonte têm ordens para usar água potável apenas para fins alimentares ou com limitações ou proibições de utilização imprópria. Além disso, 10 cidades, todas na província de Novara, enfrentam racionamentos noturnos.
"Até o momento, a situação está sob controle no que diz respeito ao uso civil da água potável, mas temos uma situação de emergência muito grave na agricultura", reforçou.
Já em Ferrara, na região da Emilia-Romagna, o prefeito Alan Fabbri pediu a declaração de estado de calamidade por conta da estiagem. "A situação da nossa agricultura é dramática, a seca recorde e o impacto econômico da guerra [na Ucrânia] estão criando um mix de efeitos que não é mais sustentável", declarou.
Na última quinta (16), o governador da Lombardia, Attilio Fontana, também já havia pedido a declaração de estado de emergência pelo governo italiano. Além dessas três regiões, o Pó, que tem cerca de 650 quilômetros de extensão, também atravessa o Vêneto.
Partes do norte da Itália já enfrentam mais de 100 dias sem chuvas, cenário que se agravou com o aumento das temperaturas nos últimos dias. "É uma situação extremamente delicada", admitiu Fontana.
Além da estiagem no Pó, os níveis de quase todos os grandes lagos do norte da Itália registram seus mínimos históricos para o período, e geleiras dos Alpes apresentam apenas de 50% a 60% da cobertura de neve esperada para esta época do ano. (ANSA)
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