(ANSA) - O ministro da Defesa Civil e das Políticas do Mar da Itália, Nello Musumeci, afirmou durante uma sessão na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (24) que praticamente todo o território do país está em área de risco para desastres climáticos.
"Quando falo de prevenção estrutural, não me refiro só à luta contra os problemas hídricos e hidrogeológicos, mas também ao risco dos terremotos. Quantas são as infraestruturas estratégicas que poderiam resistir a um determinado abalo sísmico? Quantas são as cidades que, em caso de sismo, podem ser alcançadas pelos meios de socorro? São perguntas que precisamos levar em consideração, já que mais da metade do território está em zona sísmica e quase totalmente, 94%, está em área de deslizamento ou de risco hídrico", afirmou aos deputados.
Musumeci foi à Câmara para falar sobre as fortes enchentes que atingiram a região da Emilia-Romagna na última semana e sobre as medidas que estão sendo tomadas para a reconstrução.
Ainda conforme o ministro, a Itália é um país "mais propenso a reconstruir do que prevenir" e que eventos como aconteceram na região "não podem ser previstos, mas se pode reduzir os efeitos desastrosos que produzem".
"As mudanças climáticas não são mais um fenômeno extraordinário. A tropicalização chegou na Itália há 10 anos e induziu o governo que estava no cargo, em 2016, a criar um plano nacional próprio para adaptação das mudanças no contexto climático. [...] Mas, não foram dados passos significativos adiante. Junto ao ministro [do Ambiente e Segurança Energética] Pichetto Fratin, aceleramos isso e no inicio do próximo ano apresentaremos o plano com os dados elaborados entre 2016 e 2020", acrescentou.
Questionado especificamente sobre a situação da Emilia-Romagna, Musumeci afirmou que 23 rios da região registraram níveis críticos, além de 30 deslizamentos. No momento, são 622 estradas ainda fechadas para trânsito, muitas das quais secundárias. Já o plano é que todas as ferrovias sejam recuperadas até o início de junho.
Além dos danos materiais, que ultrapassam os 7 bilhões de euros (cerca de R$ 37 bilhões), as enchentes mataram 15 pessoas.
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