(ANSA) - O homem que matou a tiros a ursa italiana Amarena, viral nas redes sociais por suas aparições pacíficas perto de áreas habitadas, em Abruzzo, na região central da Itália, disse no último domingo (4) que tem sido alvo de uma série de ameaças de morte.
"Faz três dias que não durmo nem como. Parei de viver. Recebo continuamente telefonemas e mensagens com ameaças de morte", relatou à ANSA Andrea Leombruni, que está sob investigação pela morte do animal.
O italiano enfatizou que toda sua família "está sendo ridicularizada" e admitiu que fez a coisa errada ao ter atirado contra Amarena após encontrá-la em sua propriedade.
"Eu fiz a coisa errada. Percebi isso assim que dei o tiro. Fui eu quem chamou a polícia", afirmou.
A esposa de Leombruni confirmou que toda a família estava passando por uma "provação" e disse que "esta violência não está certa", "uma tortura a que nos estão submetendo".
De acordo com ela, os promotores estão investigando e vão julgar seu marido. "Certamente seremos punidos, com razão, mas por que temos que viver com proteção policial? "Por que deveríamos ter medo de viver?", indaga.
Segundo as autoridades italianas, Leombruni foi interrogado em uma delegacia local e teria dito que atirou na ursa por medo e sem intenção de matar, porque encontrou Amarena em sua propriedade e cometeu "um ato impulsivo, instintivo".
Ele será processado pelo Ministério Público por crime de crueldade ou morte desnecessária de animais, que tem pena de quatro meses a dois anos de reclusão, e teve a arma apreendida.
Após a morte de Amarena, guardas florestais iniciaram uma busca por seus dois filhotes pelo temor de que não consigam sobreviver sozinhos na natureza.
"A situação não é fácil. Eles fogem [ao serem abordados]", revelou Luciano Sammarone, diretor do Parque Nacional de Abruzzo, Lazio e Molise (Pnalm).
O prefeito de San Benedetto dei Marsi, Antonio Cerasani, pediu ao público que não faça nada que possa atrapalhar a busca pelos filhotes. No último sábado (2), os dois filhotes foram vistos juntos e depois um foi visto sozinho, mas os esforços para capturá-los, incluindo o uso de armadilhas, falharam até agora.
"Fica mais difícil encontrar os dois mamíferos a cada dia que passa", enfatizou Cerasani, acrescentando que mesmo assim ainda tem esperanças.
O assassinato de Amarena provocou indignação generalizada na Itália. O Pnalm classificou a morte como "injustificada", além de ter provocado enormes danos, principalmente porque a ursa "nunca causou qualquer tipo de problema aos humanos".
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