O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (21) seu primeiro aumento nos juros em 11 anos, em um sinal de preocupação com a disparada da inflação na zona do euro.
A taxa de refinanciamento do BCE subiu de 0% para 0,5%; a taxa sobre depósitos, de -0,5% para 0%; e a taxa sobre empréstimos marginais, de 0,25% para 0,75%.
De acordo com comunicado do conselho diretivo da instituição, novos aumentos podem estar a caminho. "Nas próximas reuniões, será oportuna mais uma normalização nas taxas de juros", diz a nota.
O BCE afirma que seu objetivo é manter a inflação na zona do euro, hoje perto dos dois dígitos, dentro da meta de 2% em médio prazo. "A inflação deve ficar incomodamente alta além de 2022", projetou a presidente da instituição, Christine Lagarde.
A moeda comum também acumula vários meses de desvalorização e recentemente ficou abaixo da paridade com o dólar pela primeira vez em 20 anos.
O aumento dos juros pode pressionar os custos do débito público em países já altamente endividados, como Espanha, Itália e Grécia, mas o BCE anunciou um escudo contra o spread chamado "Instrumento de Proteção de Transmissão" (TPI, na sigla em inglês).
O objetivo desse mecanismo é garantir que a "orientação da política monetária seja transmitida de modo ordenado para todos os países da zona do euro". Por meio do TPI, o BCE vai comprar títulos públicos quando perceber divergências "injustificadas" no spread dos países da eurozona. (ANSA)
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