O governo da Itália criticou nesta sexta-feira (16) a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de aumentar suas taxas de juros em 0,5 ponto percentual para conter a inflação.
De acordo com o ministro italiano das Relações Exteriores, Antonio Tajani, é justo elevar os juros nos Estados Unidos, mas "não tem sentido na Europa", onde a "inflação está ligada ao aumento do custo da energia".
"Na minha opinião, sem prejuízo da independência do BCE, não é positivo para a União Europeia e para a economia real italiana aumentar as taxas de juros", afirmou Tajani em um evento em Roma.
Na última quinta (15), o Banco Central Europeu elevou sua taxa de refinanciamento de 2% para 2,5%, enquanto as taxas sobre depósitos e empréstimos marginais subiram, respectivamente, de 1,5% para 2% e de 2,25% para 2,75%.
A medida está em linha com o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, que aumentou seus juros em 0,5 ponto, para um intervalo entre 4,25% e 4,5%, na quarta-feira (14).
"Uma postura excessivamente dura arrisca frear a microeconomia sem beneficiar a macro, então é legítimo dizer que essa escolha não tem sentido. Mas também quero destacar o lado positivo: o fato de ser só 0,5 [de aumento] é um sinal de bom senso", disse Tajani.
Por meio de comunicado, o conselho diretivo do BCE destacou que ainda prevê novas altas nos próximos meses, até que as taxas de juros cheguem a "níveis suficientemente restritivos para garantir um retorno tempestivo da inflação à meta de 2% em médio prazo".
A instituição projeta que a inflação na zona do euro atinja 8,4% em 2022, 6,3% em 2023, 3,4% em 2024 e 2,3% em 2025. (ANSA)
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