A missão para Marte desenvolvida pela Agência Espacial Europeia (ESA) e pela russa Roscosmos, a ExoMars, foi suspensa por conta da guerra na Ucrânia, informou em nota oficial o Conselho da ESA que está reunido em Paris, na França, nesta quinta-feira (17).
"Como uma organização intergovernamental encarregada de desenvolver e implementar os programas espaciais em total respeito aos valores europeus, nós lamentamos profundamente as mortes humanas e as trágicas consequências da agressão sofrida pela Ucrânia. Enquanto reconhecemos o impacto científico da exploração espacial, a ESA está completamente alinhada com as sanções impostas contra Rússia por seus Estados-membros", diz o comunicado.
A decisão foi tomada também por conta da saída de 87 técnicos e especialistas da base de lançamentos espaciais de Kourou, na Guiana Francesa, em 28 de fevereiro. A medida foi uma resposta de Moscou às primeiras sanções aplicadas pelos países ocidentais, incluindo todos os Estados-membros da União Europeia, e que só foram aumentando desde então.
Essa é a segunda vez que o lançamento do rover da ExoMars é adiado, mas a primeira foi provocada pelas restrições sanitárias por conta da disseminação da Covid-19 na Europa. Agora, é provável que o lançamento ocorra apenas em 2024 por conta da janela de lançamento que deixa Terra e Marte mais próximas.
A ExoMars é dividida em duas missões e tem o objetivo de estudar a composição do Planeta Vermelho, bem como sua atmosfera. Em março de 2016, foi lançada a primeira parte com o Trace Gas Orbiter (TGO), que pousou com sucesso em outubro daquele ano e se tornou o primeiro rover europeu a chegar em solo marciano.
A segunda parte da missão deveria ser lançada em 20 de setembro - com uma janela de 12 dias - e pouso previsto para 10 de julho de 2023.
Demais parcerias
A nota da ESA ainda destaca que os quatro lançamentos previstos da parceria com a Roscosmos para 2022 e que partiriam da base do Cazaquistão por meio da cápsula Soyuz "foram colocados em espera" e que a diretoria vai analisar as possibilidades para essas ações.
Já a parceria entre as duas agências na questão da Estação Espacial Internacional (ISS) "continuará a operar normalmente" - assim como a Nasa havia anunciado anteriormente.
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