(ANSA) - O vice-premiê e ministro de Infraestrutura da Itália, Matteo Salvini, classificou neste domingo (2) como "desproporcional" a decisão de bloquear temporariamente os serviços da plataforma de inteligência artificial ChatGPT.
"Acho desproporcional a decisão do Garantidor de Privacidade que obrigou o ChatGPT a impedir o acesso na Itália, o primeiro e único país ocidental onde isso acontece", lamentou o líder do partido ultranacionalista Liga em comunicado, lembrando que "existem dezenas de serviços baseados em inteligência artificial".
Salvini explicou ainda que "paradoxalmente, o mesmo ChatGPT alimenta o chat do Bing, motor de busca concorrente do Google, que continua perfeitamente acessível".
"Toda revolução tecnológica envolve grandes mudanças, riscos e oportunidades, é certo controlar e regular através de uma colaboração internacional entre reguladores e legisladores, mas não pode ser bloqueado, impedindo e prejudicando o trabalho de quem faz negócios, pesquisa, inovação", ressaltou.
De acordo com o ministro, "os produtores do ChatGPT manifestaram a sua disponibilidade e aguardo que "haja um rápido esclarecimento e o restabelecimento do acesso". "Além disso não devemos ser hipócritas: as questões de privacidade dizem respeito a praticamente todos os serviços online, é preciso bom senso".
Por fim, Salvini garantiu que é "sempre" contra a censura e a favor da liberdade de pensamento, reforçando que "não é aceitável que na Itália, pátria de Galileu, Marconi e Olivetti, o uso de uma VPN tenha que ser levado em consideração para superar um bloqueio como acontece na China e em países sem liberdade".
A crítica foi feita após o órgão italiano de proteção de dados suspender o uso da ferramenta até que o ChatGPT respeite os regulamentos do país europeu. O popular software é capaz de simular e processar conversas humanas e já teve seus dados violados em março passado.
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