(ANSA) - Em um berçário de jovens estrelas na Pequena Nuvem de Magalhães, galáxia anã próxima à Via Láctea, foram observados os ingredientes básicos que dão origem aos planetas, ou seja, os grãos de poeira microscópicos que se unem progressivamente para formar corpos como a Terra.
A descoberta foi publicada na revista Nature Astronomy pelo Observatório Real de Edimburgo, na Escócia, com colaboração do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália (Inaf).
O resultado é baseado em dados coletados pelo Telescópio Espacial James Webb e nos permite entender como planetas podem surgir mesmo em galáxias pobres nos materiais necessários.
Planetas nascem de grãos microscópicos de poeira que, com o tempo, primeiro formam seixos e depois planetesimais rochosos.
Estes últimos, ao colidir uns com os outros, dão origem aos núcleos planetários. Para que esse processo de formação ocorra, são necessários elementos como silício, magnésio, alumínio e ferro, substâncias escassas na Pequena Nuvem de Magalhães.
Para entender como os planetas podem se formar mesmo nessas condições, os pesquisadores liderados por Olivia Jones observaram centenas de estrelas jovens, explorando a capacidade do James Webb de detectar a radiação térmica emitida por grãos de poeira aquecidos.
Dessa forma, os autores do estudo descobriram vestígios de poeira orbitando estrelas jovens: isso significa que os planetas provavelmente se formarão enquanto as estrelas amadurecem.
Os dados coletados também indicam que a presença dos ingredientes básicos para os planetas na Pequena Nuvem de Magalhães é semelhante à de galáxias muito mais distantes, que datam de cerca de 11 a 12 bilhões de anos atrás. Portanto, a formação de planetas pode ter começado já nessa época remota do Universo. (ANSA)
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