(ANSA) - A Itália oficializou nesta terça-feira (6) sua candidatura para sediar o Telescópio Einstein, futuro megaobservatório europeu das ondas gravitacionais previstas pela Teoria da Relatividade Geral há mais de 100 anos.
A cerimônia de lançamento da campanha foi realizada na sede do Instituto Nacional de Astrofísica (Inaf), em Roma, e contou com a presença da premiê Giorgia Meloni e de diversos ministros, além do Nobel de Física Giorgio Parisi, coordenador do projeto.
"Gostaria de oferecer, com minha presença, a atenção, a vontade e a dedicação que o governo italiano pretende colocar na candidatura da Itália para sediar o Telescópio Einstein", disse Meloni, acrescentando que o país é "capaz de realizar grandes feitos".
O plano da Itália é construir o observatório em uma mina desativada na pequena cidade de Lula, na Sardenha, de apenas 1,3 mil habitantes. O local tem baixo rumor sísmico, uma vez que a ilha não está ligada a zonas tectônicas ativas.
Sua única adversária até o momento é Meuse-Rhin, na tríplice fronteira entre Alemanha, Bélgica e Países Baixos, e a decisão final da União Europeia é aguardada para 2024. O projeto é avaliado em 1,9 bilhão de euros, e a inauguração está prevista para a próxima década.
Ondas gravitacionais
Previstas na Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, as ondas gravitacionais são ondulações no tecido do espaço-tempo provocadas por eventos cósmicos violentos envolvendo corpos superdensos, como buracos negros e estrelas de nêutrons.
Sua existência foi comprovada em 2015, com a detecção pelo observatório Ligo, nos Estados Unidos, de ondas provocadas pela fusão entre dois buracos negros.
Geralmente, esses observatórios consistem em detectores no formato de L e utilizam lasers para medir dilatações infinitesimais no espaço-tempo, de modo que precisam ser construídos em lugares altamente estáveis e com pouca interferência humana e sísmica.
A Itália já conta com um observatório de ondas gravitacionais, o Virgo, situado em Pisa, mas o Telescópio Einstein terá uma sensibilidade muito maior que os instrumentos atuais. (ANSA)
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