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Estudo refuta tese de que 'ecocídio' dizimou Ilha de Páscoa

Estudo refuta tese de que 'ecocídio' dizimou Ilha de Páscoa

População cresceu de forma estável até chegada de europeus

ROMA, 11 de setembro de 2024, 14:23

Redação ANSA

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'Moais ' fizeram a fama da Ilha de Páscoa no mundo - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

'Moais ' fizeram a fama da Ilha de Páscoa no mundo - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Não foi um "suicídio ecológico" devido à exploração massiva dos recursos naturais que levou ao colapso da comunidade que vivia na Ilha de Páscoa, também denominada Rapa Nui e um dos lugares mais remotos do mundo, a quase 2 mil quilômetros de distância da localidade habitada mais próxima.
    Alvo da fascinação humana devido à sua misteriosa cultura representada pelas enormes estátuas em formato de cabeça conhecidas como Moais, a ilha chegou a ter uma população de quase 15 mil pessoas, segundo a tese mais aceita até agora, número que teria se reduzido para cerca de 3 mil quando os europeus desembarcaram no local pela primeira vez, em 1722.
    Até então, uma das principais hipóteses para o declínio do povo rapanui era um "ecocídio" devido à exploração excessiva dos recursos da ilha. No entanto, um estudo internacional coordenado pelo geneticista José Víctor Moreno-Mayar, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca e publicado na capa da revista Nature aponta que a população local cresceu continuamente até a chegada dos invasores europeus, antes de entrar em declínio ao longo dos séculos 18 e 19 devido a surtos de varíola e a incursões de traficantes peruanos de escravos.
    O estudo analisou os genomas de 15 rapanuis que viveram na ilha entre 1670 e 1950 e, utilizando a ferramenta de estatística HapNe-LD, que permite entender a história demográfica de uma população com base nos genes, não encontrou sinais de um declínio tão dramático, como, por exemplo, uma queda repentina da variedade genética.
    Pelo contrário, a pesquisa indica que a população local cresceu de forma estável até a chegada dos europeus, o que contradiz a narrativa dos invasores de que os rapanuis restantes formavam uma comunidade miserável e que recorria ao canibalismo após a devastação dos recursos naturais da ilha.
    Além disso, o estudo revelou a presença de traços de DNA de nativos americanos nas amostras analisadas, indicando que os rapanuis - de origem polinésia - tiveram contato com indígenas da América antes da chegada dos europeus, provavelmente entre os séculos 14 e 15.
    No entanto, ainda é incerto como os rapanuis fizeram para chegar ao atual Chile, que fica a 3,7 mil quilômetros de distância, ou a outras partes da América.
   

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