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Unesco coloca sopa ucraniana na lista de patrimônios em risco

Unesco coloca sopa ucraniana na lista de patrimônios em risco

Moscou protestou e disse que Borsch é típico de toda região

ROMA, 01 julho 2022, 13:08

Redação ANSA

ANSACheck

Unesco considerou que guerra pode afetar a tradição de fazer e compartilhar o borsch na Ucrânia © ANSA/EPA

O comitê extraordinário do patrimônio cultural da Unesco incluiu a "arte de cozinhar o borsch ucraniano", uma sopa típica do país, na lista de patrimônios imateriais da humanidade que necessitam de proteção urgente nesta sexta-feira (1º).

A sopa à base de beterraba tem variações regionais, que podem incluir repolho, cogumelos, pimenta ou peixe.

O prato típico ucraniano, comum em toda a região próxima também, virou patrimônio nacional em seu país-natal em 2020 e estava na lista de possíveis reconhecimentos mundiais da Unesco para o ano de 2023. No entanto, por conta da guerra iniciada pela Rússia em fevereiro no território vizinho, Kiev solicitou que fosse feita uma análise rápida da nomeação para a inclusão na lista dos itens em perigo.

"Nessa decisão, o Comitê Intergovernamental afirma que o conflito armado está ameaçando a viabilidade do elemento. O deslocamento das pessoas ameaça a prática, com o povo que não consegue mais cozinhar ou plantar os vegetais para o borsch, mas também não consegue mais se unir para a prática, o que prejudica o bem-estar social e cultural das comunidades", diz a nota oficial.

Segundo fontes consultadas pela ANSA, a decisão do comitê de antecipar a decisão foi unânime "sem nenhuma objeção ao parecer que foi elaborador por um órgão técnico" da Unesco. Ainda conforme as fontes, o prato em si não corre o risco de desaparecer, mas "as tradições ligadas à realização" da sopa podem sumir dependendo do tempo que durar o conflito.

A Unesco ressalta que a medida de proteção não tem como objetivo dar uma "exclusividade ou propriedade do elemento em causa" e destaca que a sopa também é tradicional em países vizinhos.

Mesmo assim, a Rússia protestou contra a medida. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, publicou um texto no Telegram repercutido pela agências de notícias locais.

Segundo a representante, a decisão é um exemplo do "nacionalismo" ucraniano que ocorre no mundo. "Para dar um exemplo culinário do atual nacionalismo de Kiev, citarei um fato: homus e pilaf são reconhecidos como pratos típicos de diversos países, mas entendo que hoje tudo é objeto de ucranização", disse a representante.
   

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